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Frutas exóticas: atemoia e nêspera garantem diversidade ao consumidor em São Paulo

O cultivo dessas frutas tem conquistado espaço na agricultura e serve como alternativa para período de entressafra de outras espécies

No estado de São Paulo, a produção e o consumo de frutas exóticas tem ganhado cada vez mais espaço nos últimos anos. É o caso das produções de atemoia e nêspera. Essas frutas têm gerado  renda e empregos no campo, estando cada vez mais presentes na mesa das famílias brasileiras.

Atemoia

Da família das anonáceas, a atemoia está disponível nos mercados interno e externo com o apoio de tecnologias e a orientação técnica gerada por extensionistas e pesquisadores . Na década de 1950, a Secretaria de Agricultura e Abastecimento de São Paulo forneceu material e manutenção de bancos de germoplasma e de matrizes aos viveiristas, gerando um pacote tecnológico para produção de mudas e manejo da fruta.

Foto: Waldir Parise

Segundo o produtor Waldir Parise, a produção do fruto está em expansão nas regiões dos municípios paulistas de Jarinu, Itapetininga, São Miguel Arcanjo e Atibaia, estendendo-se até áreas do sul de Minas Gerais.

“Essas regiões possuem um clima bom para o cultivo, mas nem todas os locais são apropriados para a cultura. Regiões do Sul do Brasil não são apropriadas para a fruta, porque ela precisa se desenvolver em temperatura equilibradas, sendo muito sensível ao frio”, diz.

Há três anos Parise exporta o produto para Canadá, Europa e Oriente Médio. Segundo ele, o fruto é muito aceito internacionalmente e, mesmo com a competição de países como Espanha e Itália, a atemoia se mostra bem vendável. No entanto, o produtor faz ressalvas a respeito do custo elevado de produção e o tempo de desenvolvimento dos primeiros frutos.

“Ela é uma planta que possui um custo elevado de produção e demoram três anos para ela dar os primeiros frutos. Então há bastante investimento envolvido, tem toda a tecnologia de irrigação, nutrição, poda, todo um trabalho a ser feito. Hoje, a atemoia é uma opção de fruticultura que gera empregos, principalmente para pequenos e médios produtores”, afirma.

Foto: Secretaria de Agricultura de São Paulo

Em São Paulo, que alterna o posto de maior produtor do país com Minas Gerais, são mais de 400 produtores que cultivam o fruto em uma área total com 150 mil pés destinados à produção, com destaque para as regiões de Itapetininga, Sorocaba e Pindamonhangaba.

Nêspera

A nêspera, de origem chinesa, é rica em fibras e possui aproximadamente 75% de água em sua composição, além de ser antioxidante e anti-inflamatória.

Foto: Secretaria de Agricultura de São Paulo

A fruta oferece um bom rendimento ao pequeno produtor, sendo considerada uma excelente opção para o cultivo orgânico. Tem como vantagem a colheita entre março e setembro, período de entressafra de outras frutas, como pêssego, ameixa, caqui e goiaba, oferecendo uma alternativa produtiva para o período.

O produtor Fernando Ogawa, de Mogi das Cruzes (SP), comenta que a cultura da nêspera requer uma região que tenha um bom teor de umidade durante inverno e primavera, além de exigir muito cuidado.

“O cultivo requer muita mão de obra e atenção, seja na poda, desbrota, raleio e ensacamento. Isso só no pomar. No galpão também há muito trabalho. Não é possível mecanizar a produção por se tratar de um fruto muito delicado”, comenta.

São Paulo é o maior estado produtor do Brasil, com 87 mil pés em produção registrados na safra 2018/2019. O cultivo se destaca nos municípios de Bragança Paulista, Itapetininga e Mogi das Cruzes.