Para Ildemar Piber, fruticultura é coisa de família. O pai dele começou em 1966, quando comprou a primeira área na zona rural de Porto Alegre. Depois, o filho conquistou mais um pedaço de terra. São os 10 hectares que os Piber têm hoje, com mais de seis mil pés de pêssegos e ameixas.
? Eu mesmo aumentei minha produção. Este ano, inclusive, foi muito bom. As qualidades do cedo produziram um pouco menos, mas as do tarde produziram muito bem. Não posso me queixar. Pretendo continuar na atividade até quando puder ? diz o produtor.
Segundo a câmara setorial da cadeia produtiva da fruticultura, a atividade cresce 4,5% ao ano no país. A expectativa é de que a produção alcance 42 milhões de toneladas em 2009. O setor já é responsável por 36% da mão-de-obra do agronegócio brasileiro, mais de 5,5 milhões de empregos diretos.
Nos últimos cinco anos, a escassez de chuvas provocou quebra na produção de grãos em diversas regiões do país. No Rio Grande do Sul, a fruticultura se tornou uma alternativa para enfrentar a estiagem. A produção de frutas ocupa 138 mil hectares.
Nesta terça, dia 27, a Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater) do Rio Grande do Sul divulgou o relatório anual do programa que incentiva a atividade no Estado. De acordo com os técnicos, 62 mil famílias já têm a fruticultura como uma das principais rendas da propriedade. A produção anual chega a quase 2,5 milhões de toneladas.
De acordo com a diretora técnica da Emater-RS, Águeda Mezomo, a cada ano os grãos sofrem com a estiagem, e a alternativa da fruticultura é bastante forte para a região.
? Principalmente porque temos a fruticultura irrigada. Os agricultores estão aderindo e dessa forma podemos inserir uma nova forma de economia para os produtores, principalmente os familiares, que constantemente vêm sofrendo com a estiagem ? explica.
Conforme Águeda, a produção de frutas também é uma alternativa para a região fumicultora gaúcha, que pode trabalhar as culturas consorciadas.