A diretoria executiva da Confederação da Agricultura e pecuária do Brasil (CNA), se reuniu na manhã desta sexta-feira, dia 28, em Uberaba (MG), na sede da Associação Brasileira dos Criadores de Gado Zebu do Brasil (ABCZ). Durante o encontro o presidente da CNA, João Martins da Silva Junior, disse que não houve acordo com a equipe econômica do presidente Michel Temer a respeito do novo texto da medida provisória que propõe mudanças na cobrança do Funrural, o Fundo de Assistência Técnica ao Trabalhador Rural.
Segundo João Martins, o presidente Michel Temer prometeu apresentar uma solução nos próximas dois ou três dias. Martins afirmou que o acordo ainda não foi definido porque o governo quer esperar que o STF, Supremo Tribunal Federal, reverta a decisão da cobrança do Funrural. “Não podemos ficar sonhando, precisamos resolver isso agora, a Receita Federal já está cobrando os produtores e nós temos que estanca essa hemorragia” afirma Martins.
Quando a decisão do STF foi anunciada João Martins se posicionou a favor da cobrança do fundo. Agora, o presidente da CNA disse que a cobrança é inaceitável e pode desestruturar todo o setor.
“Não aceitamos algo que possa onerar o produtor. Queremos resolver o problema e que o menor número possível de produtores sejam prejudicados. Não abrimos mão de que a dívida seja parcelada”, disse Martins ao Canal Rural.
Febre Aftosa
Durante a entrevista ao Canal Rural, João Martins disse que é preciso analisar o plano do Ministério da Agricultura para retirar a vacina contra febre aftosa no rebanho bovino brasileiro até 2021, e reconhecer o país como livre da doença sem vacinação até 2023.
“O Brasil é muito grande,temos regiões que ainda não são livres de aftosa mesmo com vacinação. Precisamos primeiro resolver isso.
‘Não entendo de greve Durante’
a entrevista, João Martins comentou brevemente sobre a greve geral que atinge o país.”Eu sou produtor rural, não entendo de greve”, disse ele antes de reunião da entidade na ExpoZebu. A cidade do Triângulo Mineiro onde ocorre a principal feira de pecuária do País também foi atingida pela paralisação e os ônibus urbanos não circularam no início da manhã, mas o sistema de transporte foi normalizado por volta das 9h30.
Um ato ocorre pela manhã na Praça Rui Barbosa, região central de Uberaba. Apesar de evitar comentários sobre a greve, o presidente da CNA afirmou que a reforma trabalhista aprovada na Câmara dos Deputados – um dos motivos da paralisação – atende aos anseios do empresariado. Sobre a reforma da Previdência, Martins afirmou que o projeto ainda está em discussão e que como “não sabemos o que pode vir por aí” evitou comentar o assunto.