Nos últimos cinco anos o produtor Nelson Eduardo de Assis foi assaltado seis vezes. A última ação ocorreu há 40 dias, quando os bandidos levaram as rodas de um pivô de irrigação, 12 motorredutores e seis motores. O prejuízo foi calculado em mais de R$ 60 mil.
– Além do material, você tem uma lavoura plantada que precisa irrigar todos os dias. Na última vez que me roubaram eu levei 10 dias para efetuar o reparo dos cinco pivôs – comenta Assis.
– Aumento de roubos no campo amedronta produtores gaúchos
Para enfrentar o problema, o produtor soldou os motores e as rodas do pivô. Os cabos foram amarrados com arame e as juntas parafusadas. A estratégia danifica o maquinário, mas segundo o produtor essa foi única maneira encontrada para atrasar a ação dos bandidos.
O horário preferido dos bandidos é a madrugada. Por conta da seca muitos pivôs não operam à noite. Na fazenda de Assis os ladrões cortaram os arames da cerca e entraram com os caminhões até chegarem aos pivôs. Após retirar os maquinários, eles utilizam a proximidade da estrada para escapar. Até o momento nenhum equipamento foi recuperado.
Em Conceição das Alagoas o patrulhamento rural é responsabilidade da polícia militar. Segundo o tenente do Pelotão da cidade, Charles Frank Ferreira, a PM trabalha com apenas 50% do efetivo na cidade. A falta de policias e a localização do municípios, que possui fácil acesso para São Paulo e Goiás, dificultam o trabalho preventivo.
– O nosso efetivo é o mesmo de vários anos e acredito que nós temos que aumentar nosso efetivo para cobrir melhor a área rural. Para isso nós estamos com um projeto de construção da sede própria. Com essa sede nós vamos conseguir elevar o pelotão para companhia e assim se dúvida nosso efetivo irá aumentar – afirma.
A quantidade de equipamentos recuperados não chega a 5%. Segundo o delegado da Polícia Civil da cidade, Cláudio Renato Ondas, os produtores podem ajudar a polícia nessa tarefa ao denunciar a venda de produtos de origem ilícita.
– São peças específicas para equipamentos de irrigação. O produtor rural que compra essas peças para recompor o que foi furtado dele fomenta esse mercado do crime. Se ele não comprar diminui o índice de furto no campo. Precisa haver a conscientização do produtor rural para que ele não adiquira produtos de orgiem ilícita.