A pesquisa mostra que o aumento do conhecimento e das tecnologias em sistemas de produção sustentáveis manterá a capacidade de produção do Brasil, contribuindo para a liderança do País no mundo na produção e fornecimento de alimentos. Para 56% do total, porém, o elevado “Custo Brasil” pode comprometer o alcance do nível de liderança global do setor do agronegócio. Entre outros entraves, foram citados: infraestrutura, logística defasada, sistema tributário burocrático, falta de acordos internacionais e legislação trabalhista pouco flexível.
– A crise também proporciona uma tendência de medidas de protecionismo dos mercados consumidores e isso também preocupa. Mas parece que o Brasil está começando a usar suas ferramentas também – declarou o presidente e CEO da Amcham, Gabriel Rico.
Com relação ao crédito, 40% dos entrevistados estimam que as linhas oferecidas pelo governo são satisfatórias, mas, para esse grupo, há a percepção de que apenas alguns segmentos da cadeia se beneficiam delas.
Conforme Rico, o foco para as expansões inorgânicas das empresas está na América Latina (fora Mercosul), citada por 40% dos entrevistados, seguido de Estados Unidos (40%), China (33%), África (25%) e Índia (15%).
– A Argentina, mesmo com as questões políticas, também é um país estratégico para as empresas (foi citada por 35% dos entrevistados) – ressaltou.
Rico destacou, ainda, que 61% das empresas estão com suas perspectivas de crescimento de produção alinhadas com a previsão da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). A OCDE considera que a oferta mundial de alimentos precisa crescer 20% até 2020 e que o Brasil deve responder por 40% deste incremento no período. O executivo citou que, nos próximos três anos, as empresas consultadas pela Amcham vão investir, principalmente em aumento de portfólio de produtos e/ou serviços prestados, aumento e qualificação do quadro de funcionários e novas tecnologias.
A pesquisa da Amcham foi realizada entre os dias 16 a 31 de julho, 84 executivos associados, dos quais 45% presidentes, vice-presidentes e diretores e 44% de empresas acima de 500 colaboradores.