Técnicos do Serviço Nacional de Sanidade e Qualidade Agroalimentar da Argentina (Senasa) monitoram uma nova nuvem de gafanhotos, totalizando cinco no norte do país, de acordo com informações do Sindicato Nacional das Empresas de Aviação Agrícola (Sindag), que está em contato constante com técnicos e autoridades argentinas.
Além disso, a equipe segue em ações de combate contra os insetos remanescentes da nuvem que foi neutralizada no último dia 25 em Federación, na província de Entre Rios, divisa com o Uruguai e a cerca de 100 quilômetros do Rio Grande do Sul. Segundo o chefe do Programa Nacional de Gafanhotos e Ticuras da Argentina, Hector Emílio Medina, entre as nuvens ativas, duas estão na província de Santiago Del Estero, uma na província do Chaco, em Taco Pozo, e duas na província de Salta, uma delas entrou nesta segunda pela fronteira norte da Argentina, vinda do Paraguai.
Até a última sexta-feira, 31, além dos rescaldos da nuvem neutralizada em Entre Rios, no sul, o Senasa monitorava apenas duas as nuvens no norte argentino, na província de Formosa. Uma delas estava em Ingeniero Juárez e a outra abaixo de Las Lomitas, na divisa com o Chaco, ao sul.
Deslocamentos e divisões
No domingo, 2, técnicos do Senasa anunciaram que a nuvem que entrou de Las Lomitas no Chaco se dividiu em duas, enquanto seguia para o Sul. Parte dela passou por volta das 11h30 no mesmo dia pela rodovia Ruta 16, em direção a Los Frentones.
Nesta segunda, 3, os insetos foram avistados seguindo em direção a El Cuadrado, em Santiago Del Estero. O que quer dizer um deslocamento de 247 quilômetros desde o sábado (1º).
O Senasa também anunciou nesta segunda que a nuvem que estava desde o dia 27 em Ingeniero Juárez se deslocou no final de semana para o sul, chegando a Taco Pozo, no limite do Chaco com as províncias de Salta e de Santiago Del Estero. O que acabou deixando dúvida se a nuvem havia se dividido antes de fazer esse deslocamento, já que gafanhotos haviam sido avistados sexta entre os departamentos de General San Martin e Rivadavia – 150 quilômetros a oeste de Ingeniero Juárez, ou se a nuvem surgida ali era outro grupo de insetos que até então não estava no radar dos técnicos.
Já a nuvem que ingressou do norte foi detectada na tarde desta segunda (3) entrando em Salta por Mission La Paz, vinda de Pozo Hondo, no Paraguai. Antes disso, ela havia se deslocado ainda de Mayor Infante Rivarola, na Bolívia.
No Brasil
Apesar da nuvem ativa mais próxima ainda estar a mais de 500 quilômetros da fronteira brasileira, segue o alerta no Rio Grande do Sul. Ao menos em Santiago Del Estero, o tempo quente deve favorecer o voo dos insetos, embora a previsão é de que os ventos sigam soprando para sudoeste nos próximos dias. Em tese, mantendo os gafanhotos afastados por enquanto.
Por parte do Sindicato Nacional das Empresas de Aviação Agrícola (Sindag), no Rio Grande do Sul segue a prontidão dos pelo menos 70 aviões colocados à disposição nas áreas de fronteira do Estado, para o caso de necessidade de se combater alguma nuvem. O estado de alerta se iniciou em junho, quando a nuvem eliminada há cerca de uma semana em Entre Rios circulou por cerca de um mês na província de Corrientes, na área da fronteira argentina com o território gaúcho.
Essa situação motivou o Ministério da Agricultura brasileiro a decretar emergência fitossanitária pelo prazo de um ano e estabelecer um protocolo de emergência para o controle dos insetos. Na sequência, o governo do Rio Grande do Sul estabeleceu um plano de contingência contra a praga – prevendo o uso da aviação agrícola. Os preparativos que seguem valendo para os próximos meses.