? Quem tem fábrica a gás, piscina a gás, carro a gás, tem que saber que, se tiver uma crise energética, a primeira coisa que vamos utilizar o gás é para levar energia até a casa das pessoas. Queremos ter autossuficiência em gás, mas sempre estaremos de olho em garantir a energia da casa das pessoas. Não tem sentido um motorista de táxi andando com carro a gás e a mulher em casa, no escuro ? afirmou o presidente.
Além de ser utilizado por indústrias, nos carros e nas residências, o gás natural abastece usinas termelétricas, que precisaram ser ligadas neste verão para suprir o crescente aumento do consumo de energia elétrica.
Nos últimos dias, o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) revelou que o consumo bateu recorde e a Petrobras informou que precisou acionar 70% da térmicas para reforçar o sistema.
De acordo com o presidente Lula, o gasoduto Cabiúnas-Reduc facilitará a distribuição no país do gás produzido no Rio de Janeiro, Espírito Santo e em São Paulo, principalmente para o Sudeste ? a maior região consumidora – reduzindo a dependência das compras da Bolívia.
? Precisamos do gás da Bolívia, mas não somos dependente dele ? afirmou, ao lembrar da crise do gás, quando o Bolívia aumentou os preços, há três anos.
De acordo com a Petrobras, o Brasil importa de 19 milhões a 27 milhões de metros cúbicos de gás da Bolívia por dia, em regime contratual. A quantidade varia de acordo com a demanda e o preço do produto. Atualmente, com o consumo elevado de energia, cerca de 40% do gás utilizado é boliviano.
O presidente Lula disse também em discurso que, apesar das facilidades do país com relação ao gás, o Brasil não deixará de importar da Bolívia por uma questão de “solidariedade”.
? Temos que ajudar a Bolívia, que é um país pobre. Não é porque a gente vai ter que vamos deixar de comprar. O papel de uma nação como o Brasil é ajudar países menores, completou Lula.
Com 179 quilômetros de extensão, de Macaé ao Rio de Janeiro, o novo gasoduto vai transportar 40 milhões de metros cúbico de gás por dia. A obra custou R$ 2,5 bilhões e faz parte do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).