A diretora, no entanto, se recusou a dar detalhes da operacionalidade do gasoduto, alegando que só falará a respeito por ocasião da inauguração, que deverá contar com a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
? Eu só vou falar a respeito na próxima semana, quando da inauguração. Agora, o gasoduto está operando há mais de um mês, inicialmente em fase de teste, mas agora para onde eu estou mandando gás, o cara vai me pagar ? disse, deixando claro que a operação já é comercial.
As obras do gasoduto Urucu-Manaus, que levará o gás natural da província petrolífera de Urucu, no município de Coari (AM), até a capital amazonense, foram iniciadas em 1º de junho de 2006.
O gasoduto tem 670 quilômetros de extensão e sua conclusão, inicialmente, estava prevista para março de 2008. A obra gerou aproximadamente 3.400 empregos diretos e 10 mil indiretos. Em sua primeira fase de operação, o gasoduto deverá transportar 4,7 milhões de metros cúbicos de gás natural por dia. A principal finalidade do insumo será a produção de energia elétrica em termelétricas, para atender Manaus e os municípios pelos quais passará a tubulação, beneficiando cerca de 1,5 milhão de pessoas.
O gás natural substituirá o diesel e o óleo combustível usados atualmente na produção de toda a energia elétrica consumida pelo Amazonas. A substituição proporcionará uma economia anual de R$ 1,2 bilhão – não só aos cidadãos do Amazonas, mas a todos os brasileiros, já que os usuários de energia elétrica de todo o país subsidiam, por meio da Conta de Consumo de Combustíveis (CCC), o consumo de energia elétrica daquela região.
Na avaliação da Petrobras, além da vantagem econômica, a substituição representará enorme ganho ambiental para o país, já que a produção de energia elétrica a partir do gás natural reduz significativamente a emissão de gases poluentes, em especial o dióxido de carbono. Isso contribui para a redução do efeito estufa e em linha com o Protocolo de Quioto, do qual o Brasil é signatário.
A Petrobras extrai petróleo em Urucu desde 1988. O gás natural produzido ali, associado ao óleo, é reinjetado nos campos para otimizar a produção de petróleo e vem sendo armazenando no próprio reservatório para futuro aproveitamento no mercado. Com a conclusão da obra – que se tornou possível depois da assinatura de um termo de compromisso em 22 de abril de 2004, entre a Petrobras, Cigás, Eletrobrás, o governo do Amazonas e Ministério de Minas e Energia – o combustível passa a ser escoado até Manaus.