A informação consta em uma apresentação produzida pela companhia sobre os atos de vandalismos ocorridos no canteiro de obras, disponível no site da empresa. Caso esse novo cronograma seja cumprido, a Energia Sustentável do Brasil colocará a usina em operação antes do previsto no contrato de concessão, que é janeiro de 2013. Porém, a concessionária irá perder seis meses em sua estratégia de antecipar a geração de energia da hidrelétrica para negociá-la no mercado livre, o que ampliaria a rentabilidade do projeto – vale ressaltar que essa estratégia já estava parcialmente comprometida diante do atraso na construção da linha de transmissão que escoará a energia do projeto.
Segundo informações da Camargo Corrêa, empresa responsável pelas obras civis da usina, seus funcionários ainda não retomaram as atividades no canteiro. A expectativa é de que isso ocorra a partir de 11 de abril, na próxima segunda-feira. A data foi acertada entre a construtora, o Ministério Público do Trabalho e a Justiça do Trabalho, após uma vistoria ao local no último dia primeiro. Até então, as únicas atividades no local eram realizadas pelos funcionários da Enesa, que trabalhavam na construção do vertedouro – etapa necessária para executar o desvio do rio.
Na apresentação, a concessionária informa que o cronograma das obras antes dos tumultos previa que a geração de energia na casa de força 1 começasse no dia 29 de março de 2012. Na casa de força 2, o início estava marcado para 10 de julho de 2012. Os dois prazos, porém, não serão mais cumpridos com a estimativa de iniciar a geração de energia em setembro de 2012. Pelo cronograma antigo, a última unidade geradora da hidrelétrica entraria em operação em janeiro de 2014.
A companhia traçou dois cenários para os impactos dos atos de vandalismo ao sistema elétrico brasileiro. Na hipótese realista, o atraso no cronograma da usina deixaria de acrescentar, de maneira antecipada, 2,126 mil megawatts (MW) de capacidade instalada em 2012 e 957 MW em 2013. No cenário otimista, esses números seriam de 1,627 mil MW em 2012 e 141 MW em 2013. Para a Energia Sustentável do Brasil, essa perda teria que ser compensada por um uso maior da geração termelétrica, o que irá onerar o consumidor, já que esta energia é mais cara.