Apesar do seu vasto potencial hídrico, o Brasil é “peixe pequeno” no mercado mundial de pescados. Em 2004, enquanto a China produziu 47,5 milhões de toneladas de pescado (64,4% oriundos da aqüicultura), o Brasil pescou apenas 1 milhão de toneladas (5% da atividade de aqüicultura), mesmo tendo potencial para 20 milhões de toneladas anuais.
Os chineses se alimentam de 28,4 quilos de peixes por ano, acima do ideal recomendável pela Organização Mundial de Saúde (OMS), de 12 quilos ao ano. Já o consumo per capita de pescado brasileiro é baixo: sete quilos por ano. Porém, o consumo no Brasil cresce. Por volta de 2030, o país terá que produzir mais de 40 milhões de toneladas de alimentos aquáticos para abastecer o mercado interno.
Agrocapital Goiânia
Em Alexânia, por exemplo, distante 112 quilômetros em Goiânia (GO), um APL se fortalece entre frigoríficos e produtores, com apoio do Sebrae, Agência Rural, Sindicato Rural e Prefeitura Municipal. O Frigorífico Sanfish, com capacidade para abate de 20 toneladas de pescado por dia, já conta com 40 produtores cadastrados.
A piscicultura em Goiás se desenvolve relativamente de forma rápida. No Estado estão sendo construídos cinco frigoríficos de pescado, devendo aumentar a capacidade de abate para 1,5 mil toneladas por mês. Como a produção ainda não consegue abastecer esse volume, o Sebrae investe nessa lacuna, ressalta o gestor do Projeto de Piscicultura, Adriano Teixeira.
Para isso, a entidade realiza seminários, palestras e minicursos (como o de filetagem de pescado), apóia a constituição de associações de pescadores e incentiva a participação dos produtores em feiras e missões técnicas. João Divino de Lima, de 37 anos, pescador e presidente da Associação de Aqüicultura de Itumbiara (API), prova do “novo sabor” das águas doces de Goiás, dizendo que a atividade é “uma nova fonte de renda para 16 famílias associadas à API”.