Cadeia produtiva do estado tenta a autorização do órgão de defesa estadual há dois anos e não conseguiu; expectativa é que o produto seja liberado nesta safra
Manaíra Lacerda | Padre Bernardo (GO)
Os produtores de Goiás estão preocupados com o ataque da lagarta Helicoverpa armígera e pedem, pelo terceiro ano seguido, a liberação para uso do inseticida benzoato de emamectina, que é considerado o mais eficaz contra a praga.
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O Ministério da Agricultura já se mostrou favorável em renovar a emergência fitossanitária no estado, o que permite o uso do defensivo, mas falta a liberação da Agência Goiana de Defesa Agropecuária (Agrodefesa), que não autorizou o produto nos últimos dois anos.
– Infelizmente a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) errou quando informou que era um produto altamente tóxico, agora ela reconheceu e viu que outros países do mundo, principalmente os tropicais e, até os Estados Unidos, já usam o benzoato. O benzoato é eficiente e vai ter menos danos ambientais do que fazer várias aplicações de outros produtos – pondera o presidente da Associação dos Produtores de Soja e Milho do estado (Aprosoja-GO), Bartolomeu Braz.
Um levantamento da entidade aponta que os danos causados pela Helicoverpa armígera nas últimas duas safras em Goiás chegaram a R$ 350 milhões, um dinheiro que o produtor perdeu por causa dos ataques do inseto.
O agricultor João Gondim foi um dos afetados com os constantes ataques da helicoverpa. Na última safra, ele perdeu 15% da produtividade da soja por causa da lagarta. Nesta safra, o agricultor espera gastar mais de R$ 300 mil em aplicações para controlar o inseto em seus dois mil hectares.
– Não está fácil, a gente precisa ter condição de trabalho e, a cada ano que passa, o custo aumenta. O benzoato seria uma ferramenta a mais para poder manter a atividade em um padrão aceitável de rentabilidade – pede o agricultor.
Liberação próxima
O presidente da Agrodefesa de Goiás, Arthur Toledo, informou que a instrução normativa que vai permitir o uso do benzoato no estado está pronta. Toledo afirma que aguarda a renovação do estado de emergência fitossanitária pelo Ministério da Agricultura para que o inseticida seja finalmente liberado para os agricultores goianos.
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