Al Gore estima que as chances de um entendimento em Copenhague aumentariam se o presidente norte-americano, Barack Obama, fosse capaz de negociar um consenso para a aprovação de um projeto que tramita no Congresso dos EUA antes da reunião marcada para dezembro.
Os Estados Unidos são, junto com a China, um dos maiores responsáveis pela emissão de carbono na atmosfera. O projeto em tramitação no Congresso norte-americano prevê uma redução de 4,5% da produção de gases de efeito estufa com base nos níveis de 1990.
O presidente da Federação das Indústrias de São Paulo (Fiesp), Paulo Skaf, questionou Gore sobre a timidez da meta prevista no projeto de lei. Al Gore disse que realmente a redução de 4,5% é pequena, mas pode ser um começo para que as discussões sobre o clima deslanchem.
Antes da palestra do ex-vice-presidente dos EUA, a Fiesp entregou ao político norte-americano um documento com a posição das indústrias paulistas em relação à redução das emissões de carbono. Pelo texto, a federação estabeleceu uma série de compromissos, como o incentivo ao desenvolvimento de tecnologias mais limpas e a ampliação do uso de energias renováveis.
A Fiesp não se comprometeu, no entanto, com nenhuma meta concreta de redução de emissões. Segundo Paulo Skaf, ainda é necessário realizar os inventários sobre o tamanho da poluição no Brasil antes de se estabelecer as metas.
O presidente da Fiesp defendeu que, como o Brasil responde com um percentual pequeno das emissões globais, o país não deveria se prender a compromissos precipitados. Para ele, quem deve se comprometer com as metas de emissões são os países mais ricos e industrializados, principais responsáveis pela maior parte da poluição global.