Governador do Espírito Santo pede prorrogação de dívida de cafeicultores

Renato Casagrande (PSB) alerta que a situação é preocupante, já que a cultura responde por 40% da renda dos produtores rurais do EstadoO governador do Espírito Santo, Renato Casagrande (PSB), discutiu na quarta, dia 13, em audiência com o ministro da Agricultura, Antônio Andrade (PMDB/MG), medidas de apoio à cafeicultura. O governo deve anunciar ajuda para atenuar o impacto da queda de preços do café na renda dos produtores. Casagrande afirmou que a situação é preocupante, pois a cultura responde por 40% da renda dos produtores rurais capixabas.

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Pressionado pela queda dos preços internacionais, provocada pela perspectiva de oferta abundante, os preços do café arábica no Espírito Santo despencaram de R$ 247 para R$ 158,00 por saca e as cotações do conillon caíram de R$ 230,00 para R$ 182,00. O secretário de Agricultura, Enio Bergoli, calcula que a queda de preços deve provocar uma redução de R$ 1 bilhão na renda dos cafeicultores capixabas, para R$ 2,3 bilhões.

Acompanhado de parlamentares e lideranças da cafeicultura, o governador cobrou do governo uma solução para o endividamento da cafeicultura; a correção do preço mínimo do café conillon, que não foi reajustado pelo governo federal quando aumentou o valor de referência do arábica; e mudança nos parâmetros dos leilões de contratos de opções de venda.

O secretário Bergoli explicou que os padrões de classificação do café nos leilões realizados pelo governo para compra de 3 milhões de sacas de café inviabilizaram a participação do cafeicultores capixaba. Ele defendeu que nos próximos leilões o governo estabeleça uma classificação (tipo e bebida) que possibilite a participação dos produtores do Espírito Santo nos leilões de opções.

Casagrande se declarou contra a proposta de algumas lideranças de cafeicultores de incentivo por parte do governo à erradicação de cafezais, como forma de reduzir a oferta e sustentar os preços do café.

– O Espírito Santo sofreu muito com a política de erradicação nos anos 80 – disse o governador, ao defender o incentivo à renovação de cafezais improdutivos, que têm custos de produção mais altos.

O governador disse que o ministro Antônio Andrade informou na reunião que o assunto está sendo discutido com o Ministério da Fazenda e que a expectativa é que nos próximos dias o governo anuncie “medidas para aliviar a situação dos cafeicultores”.

Segundo dados do governo do Espírito Santo, o Estado é o segundo produtor brasileiro de café, sendo o primeiro de conillon (75% da produção nacional). A cafeicultura é a principal atividade agrícola e fonte de receita para pelo menos 50 dos 78 municípios capixabas, ocupando cerca de 400 mil pessoas no Estado.

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Agência Estado