>> Preço do café arábica atinge menor valor dos últimos 11 anos
Pressionado pela queda dos preços internacionais, provocada pela perspectiva de oferta abundante, os preços do café arábica no Espírito Santo despencaram de R$ 247 para R$ 158,00 por saca e as cotações do conillon caíram de R$ 230,00 para R$ 182,00. O secretário de Agricultura, Enio Bergoli, calcula que a queda de preços deve provocar uma redução de R$ 1 bilhão na renda dos cafeicultores capixabas, para R$ 2,3 bilhões.
Acompanhado de parlamentares e lideranças da cafeicultura, o governador cobrou do governo uma solução para o endividamento da cafeicultura; a correção do preço mínimo do café conillon, que não foi reajustado pelo governo federal quando aumentou o valor de referência do arábica; e mudança nos parâmetros dos leilões de contratos de opções de venda.
O secretário Bergoli explicou que os padrões de classificação do café nos leilões realizados pelo governo para compra de 3 milhões de sacas de café inviabilizaram a participação do cafeicultores capixaba. Ele defendeu que nos próximos leilões o governo estabeleça uma classificação (tipo e bebida) que possibilite a participação dos produtores do Espírito Santo nos leilões de opções.
Casagrande se declarou contra a proposta de algumas lideranças de cafeicultores de incentivo por parte do governo à erradicação de cafezais, como forma de reduzir a oferta e sustentar os preços do café.
– O Espírito Santo sofreu muito com a política de erradicação nos anos 80 – disse o governador, ao defender o incentivo à renovação de cafezais improdutivos, que têm custos de produção mais altos.
O governador disse que o ministro Antônio Andrade informou na reunião que o assunto está sendo discutido com o Ministério da Fazenda e que a expectativa é que nos próximos dias o governo anuncie “medidas para aliviar a situação dos cafeicultores”.
Segundo dados do governo do Espírito Santo, o Estado é o segundo produtor brasileiro de café, sendo o primeiro de conillon (75% da produção nacional). A cafeicultura é a principal atividade agrícola e fonte de receita para pelo menos 50 dos 78 municípios capixabas, ocupando cerca de 400 mil pessoas no Estado.
>> Leia mais notícias sobre café