Governador de São Paulo propõe corte de 12,2% no orçamento da Agricultura em 2012

Se aprovado sem mudanças, o orçamento do próximo ano para a pasta deve ficar em R$ 916,8 milhões, ante R$ 1,044 bilhão de 2011Os recursos para a Secretaria da Agricultura do Estado de São Paulo devem cair 12,2% entre este ano e 2012, de acordo com a proposta orçamentária encaminhada pelo governador Geraldo Alckmin (PSDB) para votação na Assembleia Legislativa. Se aprovado sem mudanças, o orçamento do próximo ano para a pasta deve ficar em R$ 916,8 milhões, ante R$ 1,044 bilhão de 2011.

Como o orçamento previsto pelo governo paulista deve saltar 11,28% entre os períodos, de R$ 140,673 bilhões para R$ 156,543 bilhões, a participação da Secretaria da Agricultura na receita total prevista cairá de 0,74% para apenas 0,58%. Segundo a própria secretária de Agricultura, Mônika Bergamaschi, o agronegócio paulista e as cadeias que dependem do setor respondem por 38% do Produto Interno Bruto (PIB) e geram 37% dos empregos do Estado.

? É complicado. É um problema histórico que atinge também o governo federal; apesar de o setor ser o maior da economia, há outros grandes demandantes de orçamento, como saúde, educação e segurança. A percepção popular para esses outros setores é muito maior; ninguém vai sair às ruas pedindo agricultura, por exemplo  ? disse Mônika.

Apesar da queda no orçamento, a secretária afirmou ter a promessa de Alckmin de que os projetos propostos para a Agricultura serão atendidos.

? O governador me disse: esqueça o orçamento e me traga projetos bons que serão realizados ? afirmou.

Para ela, as prioridades em 2012 serão o fortalecimento dos institutos de pesquisas, com a realização de concursos para a ampliação do quadro de técnicos nessas instituições.

Com isso, para a Agência Paulista de Tecnologia do Agronegócio (Apta), por exemplo, o orçamento saltará de R$ 198 milhões para R$ 206,7 milhões. Já a Coordenadoria de Desenvolvimento dos Agronegócios (Codeagro), cujo orçamento foi praticamente zerado após a transferência dos programas Viva Leite e Bom Prato para a Secretaria de Desenvolvimento Social, terá R$ 20 milhões para novos projetos.

Ao analisar o orçamento proposto para a Secretaria da Agricultura, o deputado estadual Edinho Silva (PT), considerou “ínfimas” as previsões de aumento nas dotações para a Coordenadoria de Assistência Técnica Integral (Cati), de 6,5% e de 1,4% para a defesa agropecuária, entre 2011 e 2012.

? Isso mostra que assistência técnica e defesa agropecuária não são prioridades para o governo. Vamos tentar ampliar esses orçamentos por meio de emendas, apesar de acharmos difícil alguma mudança diante do rolo compressor do governo  ? disse o parlamentar.