Governo altera linha de crédito para renovação dos canaviais

Medidas buscam tornar financiamento mais atrativo aos produtoresA exemplo do que aconteceu em 2012, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) está oferecendo neste ano uma linha de crédito de R$ 4 bilhões, chamada de Prorenova, voltada para a renovação dos canaviais. Em 2012 apenas R$ 1,4 bilhão foram utilizados, mas o governo federal acredita em uma maior procura em 2013. Para tornar a linha de financiamento mais atrativa o governo federal fez algumas mudanças.

De acordo com a Federação dos Plantadores de Cana do Brasil (Feplana), o pouco interesse pelos recursos oferecidos nos ano passado se deve à crive instalada nas indústrias desde 2008, que endividadas, em sua maioria, não estão honrando os pagamentos para os produtores. Dos 10 mil plantadores de cana-de-açúcar do país, seis mil estariam sem receber pelo produto.

— Nós temos uma quantidade imensa de produtores sem receber o seu produto e também nós estamos há mais de quatro anos tendo o custo de produção superior àquilo que a gente tem vendido o nosso produto. A gente tem sentido na região Centro-Sul um desestímulo em continuar o plantio da cana-de-açúcar, tanto que muitos agricultores, aqueles que podem migrar pra outro tipo de cultura, como soja e milho, têm migrado, pois os seus preços estão espetaculares — afirma o presidente da Feplana, Paulo Leal.

Apesar das dificuldades enfrentadas pelas indústrias, a atividade exige a substituição dos canaviais a cada cinco anos para que não haja perda de produtividade, por isso, o governo federal fez algumas mudanças na linha.

— Na realidade, o programa tinha algumas restrições, que estão sendo corrigida esse ano. Uma era a exigência do tomador informar outras fontes que tenha tomado de crédito. Agora, basta que ele requeira o financiamento junto a um agente financeiro do BNDES e pronto. Esse ano nós esperamos que os R$ 4 bilhões que estão disponibilizados sejam usados — explica o secretário de Produção e Agroenergia do Ministério da Agricultura, Gerardo Fontelles.

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Com uma produtividade média atual de 70 mil toneladas por hectare na região Centro-Sul, a renovação dos canaviais é considerada fundamental para que o país volte a ter a produtividade de 85 toneladas por hectare, anterior à crise financeira de 2008, que provocou o fechamento de cem usinas no país.

— Ela é uma boa linha e a ideia é que ela seja uma linha permanente. Todo ano tenha disposição de crédito — afirma Fontelles.

Os problemas climáticos sofridos no ano passado, com excesso de chuva seguido de estiagem no Centro-Sul, também interferiram na tomada de crédito. Agora, a seca prolongada na região Nordeste é que preocupa. A Feplana espera que o governo socorra o setor, com a criação de políticas públicas.