O ministro da pasta, Reinhold Stephanes, reuniu-se no final da tarde dessa segunda, dia 26, com o ministro da Fazenda, Guido Mantega. Do lado de fora, representantes do setor cafeeiro e das cooperativas ficaram de vigília. Os produtores de café exigem medidas urgentes para evitar maiores prejuízos.
A cafeicultura emprega mais de dois milhões de pessoas, mas desde novembro já houve cerca de 500 mil demissões. O presidente do Conselho Nacional do Café, Gilson Ximenes, explicou as principais reivindicações do setor:
? Esse plano consiste em transferir as dívidas em café, com 20 anos de prazo. Cinco por cento do que cada produtor deve por ano pagando em produto (café), e um preço mínimo de café de R$ 320, que é o preço mínimo de custo do produtor.
Depois de duas horas de reunião a portas fechadas, a equipe econômica aprovou ações de socorro para o campo.
Para a cafeicultura, o governo anunciou a prorrogação por quatro anos das parcelas de custeio e de colheita que vencem até 31 de março deste ano. As dívidas somam cerca R$ 350 milhões. O governo só precisa decidir agora qual o percentual que o produtor terá de pagar para aderir ao processo.
Outra medida que teve acordo entre os ministérios da Agricultura e da Fazenda é a criação de um programa de opções para o café, que deve ser divulgado oficialmente em fevereiro.
O governo garante ainda que haverá o alongamento da dívida do Funcafé. Como os produtores deveriam pagar a primeira parcela até 31 de dezembro de 2008, mas não conseguiram por problemas no sistema bancário, este valor deverá ser diluído nas próximas parcelas até 2020.
As dívidas de estocagem contratadas em 2007 deverão passar para 2010. Na verdade, esses produtores, ao contratar a operação, pagaram 50% do valor. Eles deveriam pagar os outros 50% ainda este ano, mas o governo promete deixar a dívida para 2010 e dar fôlego ao setor.
? Não foi resolvido ainda é a questão de transferir a dívida futura deles em café. Isto é que não foi resolvido, mas as medidas adotadas neste momento dão um fôlego. A gente espera que haja uma reação do mercado, no preço, para que depois a gente possa estudar a questão estrutural do café.
Outra boa notícia é a criação de um programa de capitalização para as cooperativas agrícolas. O objetivo é garantir capital de giro e uma boa comercialização da safra.
? No primeiro instante, serão liberados R$ 700 milhões, e R$ 1,3 bilhão está se estudando a fonte, mas também será liberado mais na frente ? anuncia Stephanes.
Todas as medidas ainda dependem da aprovação do Conselho Monetário Nacional, que se reúne na próxima quinta, dia 29.