— O governo está atento ao impacto em relação aos preços recebidos pelos produtores brasileiros e também ao impacto da matéria-prima no índice inflacionário — disse.
A retirada temporária do imposto é um pedido dos moinhos brasileiros, que importam cerca de 50% do trigo que processam, ou cerca de cinco milhões de toneladas/ano. No último ano, no entanto, além da frustração da safra brasileira, a Argentina, principal fornecedor, colheu menos produto e cereal de qualidade inferior devido às chuvas. O ministro disse que o volume autorizado nesta terça para importação sem TEC poderia chegar a dois milhões de toneladas, mas o Camex decidiu inicialmente por um volume menor.
Ocepar
A Organização das Cooperativas do Paraná (Ocepar) avalia que a isenção da TEC para importação de um milhão de toneladas de trigo fora do Mercosul não deve provocar um “estrago tão grande” na produção do Brasil em 2013.
— Menos mal que foi apenas um milhão de toneladas até julho. Se o volume fosse maior, seria um desastre total — disse Nelson Costa, superintendente adjunto da Ocepar.
Segundo ele, um volume maior deixaria os moinhos estocados até outubro, o que comprometeria a venda da safra nacional, que começa a ser ofertada em agosto.
Costa diz que a medida deverá ter reflexos na intenção de plantio da safra 2013, que no Paraná começa em 10 de março. Nos últimos anos, o produtor paranaense vem preferindo, no inverno, plantar milho safrinha, produto de maior liquidez, o que tem se refletido em queda de produção. Por isso, entidades como a Ocepar e a Federação da Agricultura do Paraná haviam encaminhado em janeiro documento a vários ministérios se posicionando contra a isenção da TEC, de forma a não comprometer uma possível recuperação da área plantada com trigo.
Leite
A Camex também aprovou a manutenção da tarifa antidumping sobre a importação de leite da Nova Zelândia, União Europeia e Canadá. Mendes Ribeiro disse que essa medida serve como recado “para nossos amigos uruguaios e argentinos”. Segundo ele, o governo brasileiro também acompanha com atenção o reflexo do aumento das importações de lácteos na renda dos produtores nacionais. Em relação à Argentina, o Brasil recentemente renovou o acordo de limitação de compra do leite em pó do país, que prevê a importação de 3,6 mil toneladas/mês. Já quanto ao Uruguai ainda não existem sinais de acordo sobre a limitação da entrada dos produtos no Brasil.