? A questão da política indigenista é um problema desde a construção do Estado brasileiro. Isso já dificulta a elaboração e a construção dessas políticas. Além disso, temos uma visão colonialista, que embora tenha sofrido algumas alterações, ainda subsiste. ? afirmou.
Para Feitosa, o governo ainda não desenvolve políticas indigenistas da forma correta, pois em vez de investir na coordenação dessas ações, acaba pulverizando-as entre os ministérios. Para ele, as políticas relacionadas à saúde, à educação e aos procedimentos de demarcação de terra indígena ainda são os mais preteridos.
? Não há uma coordenação onde o governo possa pensar os povos indígenas de maneira integral. Cada ministério faz uma política específica para os povos indígenas. Atuando de maneira fragmentada, há dispersão de investimentos e dos recursos públicos ? disse Feitosa.
Segundo ele, o governo da presidente Dilma Rousseff começou sem novidades na área indigenista.
? Neste novo governo não houve mudança. Pelo contrário, o governo começou bastante conturbado com essa contenda de Belo Monte e as obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Ainda não sabemos o que ela [a presidente] pensa e como vai lidar com os interesses políticos ? afirma Feitosa.
Para o presidente da Funai, Márcio Meira, a presidente Dilma Rousseff representa a continuidade do projeto de governo que foi iniciado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
? A mesma política indigenista que vinha sendo desenvolvida no governo Lula está sendo mantida no governo Dilma. Para que sejam prolongadas as medidas de fortalecimento da Funai e das políticas públicas que cercam os povos indígenas ? disse Meira.
No ano passado, o primeiro concurso da Funai em mais de 20 anos contratou 400 funcionários para atuar diretamente com os povos indígenas nas coordenações regionais da instituição.