É a segunda medida cambial tomada em menos de duas semanas pelo governo Dilma Rousseff para conter a queda do dólar ante o real. Agora, o governo aponta as suas baterias para a especulação no mercado futuro, que no Brasil é bem maior do que o mercado à vista de dólar e tem mais influência na cotação da moeda norte-americana.
A publicação não significa que o governo vai atuar de imediato no mercado futuro, mas adiciona risco para quem aposta na valorização do real. A intervenção do FSB no mercado futuro deve ocorrer por meio de oferta de contratos chamados swap cambial reverso. Esse instrumento permite a troca da variação do câmbio por remuneração pela taxa de juro, com efeito de compra de dólares.
Desde maio de 2009, o Banco Central (BC) não oferta esse tipo de contrato, e o Ministério da Fazenda fez várias pressões, no ano passado, para a volta desse instrumento adicional de intervenção na taxa de câmbio. O BC alegava restrições do Tribunal de Contas da União (TCU) para retomar os leilões.
Com o FSB atuando na compra, a intenção do governo é fazer o dólar subir. Com isso, tenta preservar alguma competitividade para os produtos nacionais nos mercados externo e interno. O dólar barato rende menos receita para as exportações e, ao mesmo tempo, aumenta as importações de produtos estrangeiros que tiram mercado dos nacionais. O ministro da Fazenda, Guido Mantega, assegurou que não há risco de perda de recursos do FSB com as operações no mercado de câmbio.
? O BC sempre ganhou nas operações com swap cambial ? justificou.