Durante o lançamento do Plano Safra, o presidente falou sobre a importância da agricultura brasileira para o avanço de áreas estratégicas, como pesquisa, meio ambiente e relações comerciais. Lula também pediu cautela quando o assunto é a compra de terras no Brasil por estrangeiros. E destacou os recursos destinados à agricultura empresarial desde o início do governo.
? É importante lembrar que são 4,5 vezes aquilo que foi o nosso primeiro Plano Safra, que era de apenas R$ 24 bilhões ? declarou o presidente.
A preocupação do setor é o acesso ao crédito. Muitos ainda reclamam da dificuldade em contratar os recursos junto aos bancos que, na maioria das vezes, não estão preparados para lidar com os financiamentos destinados à agricultura.
? Não chegou um centavo até agora para estocagem da colheita, e nós já estamos em meados de junho. A safra começa em maio e nós estamos em uma situação difícil. Esperávamos novidade e não tivemos nada de novo ? avaliou o presidente do Conselho Nacional do Café, Gilson Ximenes.
? Na área de crédito ainda temos dificuldade que é a questão das garantias. Nós não temos a convicção de que o recurso anunciado, de mais de R$ 10 bilhões, vai realmente chegar à ponta. É grande a dificuldade. A grande esperança do setor cooperativista é que o governo facilite, e as garantias venham a ser flexibilizadas para que o produtor venha a conseguir assegurar esse financiamento ? disse o gerente de mercados da Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB), Evandro Ninaut.
A Associação dos Produtores de Soja avaliou como positiva a ampliação do Moderinfra, programa que incentiva a armazenagem.
? Quando há a necessidade de escoamento da safra, nós enfrentamos problemas com isso. Acredito que o produtor tenha a possibilidade de armazenar. Ele poderá também escolher os melhores momentos para comercializar a safra ? disse Fabrício Rosa, assessor técnico da Aprosoja.
A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) não quis comentar o anúncio do governo federal. A entidade informou que só vai se manifestar depois de analisar o Plano.