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Governo contesta estimativa não oficial para safra de café

Estimativas acima das projeções oficiais divulgadas pelo USDA e pela trading brasileira Terra Forte desagradou aos responsáveis pela política cafeeira no governoO secretário de Produção e Agroenergia do Ministério da Agricultura, José Gerardo Fontelles, contestou as estimativas não oficiais para a safra brasileira de café, principalmente a de 2013, que começa a ser colhida em meados do próximo ano. Ao divulgar os números finais da safra 2012, Fontelles defendeu a confiabilidade dos números oficiais dos levantamentos realizados pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).

– Somos os maiores produtores e segundo maior mercado consumidor, então temos de ter números confiáveis – afirmou.

As estimativas acima das projeções oficiais divulgadas pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) e pela trading brasileira Terra Forte desagradou aos responsáveis pela política cafeeira no governo e aos representantes dos citricultores. O USDA estimou a safra 2012 em 55,9 milhões de sacas de café, enquanto a Terra Forte projetou 52,23 milhões de sacas para 2012 e 53,39 milhões de sacas para 2013.

Os números finais para 2012 divulgados na quinta, dia 20, pela Conab estimam a safra em 50,82 milhões de sacas. Para o próximo ano, a produção deve ficar no intervalo entre a atual e as 48 milhões de sacas colhidas em 2011. O diretor de Política Agrícola e Informação da Conab, Silvio Porto, explicou que o volume da próxima safra deve ser menor devido à alternância entre anos de alta e baixa produtividade das lavouras. Na próxima safra a bienalidade será negativa, disse ele.

Gerardo Fontelles lembrou que as decisões políticas do governo se baseiam nas informações geradas pela Conab e que os dados isolados, de empresas e cooperativas, não são levados em consideração.

– É preciso acabar com a confusão de números e dados – apontou, ao destacar que o governo está elaborando um planejamento plurianual para a cafeicultura, visando compatibilizar o aumento da produção com a evolução do consumo, a fim de evitar a excessiva volatilidade de preços.

Fontelles destacou que volatilidade não interessa ao cafeicultor porque gera um ambiente de instabilidade. Ele descartou intervenções do governo no mercado, como a política de formação de estoques públicos adotada em safras passadas, e sim a adoção estratégias como financiamentos para estocagem.

– É preciso disciplinar a oferta, pois o café é produzido em 4 meses e comercializado em 12 meses – observou.

Ao defender a política governamental, Silvio Porto afirmou que o financiamento da estocagem permitiu que os preços internos do café neste ano recuassem 35%, enquanto os internacionais caíram 50%. Na opinião de diretor da Conab, o recuo nos preços internacionais atribuído ao aumento da oferta no Brasil “é estranho”, porque as exportações somam 28 milhões de sacas e o consumo interno 18 milhões de sacas, o que resulta num estoque de passagem baixo.

– Não há coerência na queda de preços. Há um indicativo de especulação na formação do preço internacional – argumentou.

Medidas do governo

Para apoiar os cafeicultores o governo deve anunciar duas medidas. Na quinta, dia 27, o Conselho Monetário Nacional (CMN) deve aprovar o remanejamento de R$ 180 milhões de recursos do Fundo de Defesa da Economia Cafeeira (Funcafé) para financiamentos de custeio da safra que começa a ser colhida em meados do próximo ano. Uma outra medida, que deve ser anunciada nos próximos dias, é a prorrogação dos financiamentos de estocagem. O orçamento do Funcafé é de R$ 2,5 bilhões, sendo que R$ 1,5 bilhão foi destinado à estocagem.

Agência Estado
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