Governo cria novas alíquotas do Imposto de Renda e reduz IOF e IPI

Pacote de medidas foi anunciado nesta quinta durante reunião do presidente Lula com empresáriosO governo anunciou um conjunto de medidas para conter os efeitos da crise internacional. Entre elas estão novas alíquotas para o Imposto de Renda Pessoa Física (IRPF) e redução de tributos para as empresas.

Para estimular o consumo, a área econômica anunciou um pacote que alivia o bolso do consumidor e dos empresários. A nova tabela do IRPF, que entra em vigor no dia 1º de janeiro, prevê isenção para quem ganha até R$ 1.434,00 novas alíquotas que variam de 7,5% para quem ganha mais até R$ 2.150,00 e até 27,5% para quem tem salário superior a R$ 3.582,00.

No pacote, também está prevista redução de IOF de 3% para 1,5% ao ano para pessoas físicas. A indústria automotiva foi contemplada com a redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI). Porém essa medida só vale desta sexta, dia 12, a 31 de março do ano que vem.

? Significa que este contribuinte é um consumidor que vai pagar menos todo mês, mas poderá utilizar esse recursos para aquisição de bens e serviços ? explicou o ministro da Fazenda, Guido Mantega.

Para evitar que grandes empresas ocupem o espaço das pequenas na busca por crédito, o governo vai destinar parte das reservas internacionais para uma linha de credito especial.

? A resolução [do Conselho Monetário Nacional] autorizará o Banco Central a disponibilizar recursos das reservas internacionais por meio do sistema financeiro para financiar empresas brasileiras que tenham financiamento externo ? detalhou o presidente do BC, Henrique Meirelles.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva falou a um grupo de empresários reunidos no Palácio do Planalto. Durante as quatro horas que durou o encontro, ele destacou a necessidade de manter os investimentos, por meio de medidas que promovam a desoneração tributária e garantam crédito.

? O presidente tem essa preocupação. O consumidor, lá na ponta, precisa ter crédito, e aí é preciso criar mecanismos para o crédito chegar àqueles segmentos que são mais importantes ? disse o presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Armando Monteiro Neto.

Para o presidente do Grupo Gerdau, a reunião com Lula estimulou confiança pela disposição do governo de encontrar soluções.

? Agora temos que aguardar o que virá de concreto para podermos avaliar os reflexos. O empresário trabalha dentro de cenários e não por apelos ? afirmou Jorge Gerdau Johannpeter.

Os empresários aproveitaram o encontro no Planalto para reclamar da alta taxa de juros. Eles disseram ao presidente Lula que não há motivos para o Comitê de Política Monetária ter mantido a taxa Selic em 13,75%. A decisão foi anunciada na última reunião do Copom, encerrada na noite desta quarta, dia 10.

? Se a demanda está caindo, é hora de flexibilizar a política monetária ? defendeu Monteiro Neto.

Para o presidente da Companhia Siderúrgica Nacional, Benjamin Steinbruch, o governo tem consciência do que é necessário para manter o nível de investimentos e de atividade.

? Vamos esperar que seja feito ? concluiu.