Em um evento realizado no Instituto Biológico (IB-Apta), em São Paulo, a Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo anunciou o Programa Estadual de Incentivo ao Cultivo de coffea canephora, conhecido como café canephora. A iniciativa, em parceria com a iniciativa privada, busca revitalizar a cafeicultura no oeste e noroeste do estado, fortalecendo o setor e gerando desenvolvimento rural e regional.
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Com um investimento de R$ 500 milhões, o programa pretende beneficiar cerca de 20 mil produtores paulistas, criando condições para o cultivo do café canephora, um grão adaptado a climas mais quentes e úmidos e que apresenta produtividade 60% superior à média do café arábica, segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). O projeto visa não apenas expandir a produção para atender ao mercado nacional e internacional, mas também trazer inovação e sustentabilidade ao setor.
O secretário de Agricultura e Abastecimento, Guilherme Piai, destacou a importância do projeto para a recuperação de áreas degradadas: “A região oeste de São Paulo, com suas vantagens hidrográficas, tem grande potencial para o cultivo do café canephora, uma cultura que pode agregar sustentabilidade financeira e ambiental, além de proporcionar ao produtor a oportunidade de recuperar pastagens degradadas e aumentar sua rentabilidade.”
A Secretaria de Agricultura e Abastecimento (SAA) coordenará a execução do programa em um modelo de gestão participativa, em colaboração com a Câmara Setorial do Café e com apoio de instituições parceiras, como a Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios (Apta), a Coordenadoria de Assistência Técnica Integral (CATI) e a Fundação Instituto de Terras do Estado de São Paulo (Itesp).
Carlos Nabil Ghobril, coordenador da Apta, ressaltou a importância da pesquisa científica para o programa: “Com o melhoramento dos cultivares, produzimos conhecimento de alto valor para o setor agropecuário, gerando tecnologia de ponta para oferecer melhores resultados à população.”
Entre as principais diretrizes do programa estão a validação de tecnologias para o cultivo adaptadas ao oeste paulista, o estímulo à produção de mudas de alta qualidade genética e fitossanitária, a criação de vitrines tecnológicas e áreas piloto, e a capacitação de técnicos e produtores rurais. Parcerias com empresas dos setores de torrefação, solubilização, irrigação e comercialização também fazem parte do projeto.
O coordenador das Câmaras Setoriais e Temáticas da Secretaria, José Carlos de Faria Jr, celebrou o lançamento do programa, destacando a importância do envolvimento do setor produtivo e da colaboração entre a secretaria e as Câmaras para a realização desse projeto.
O interesse pelo café canephora está em crescimento no mercado internacional, devido às suas características de alta produtividade e adaptação climática. A expectativa é que o programa impulsione a competitividade do café paulista, beneficiando produtores e consolidando a posição de São Paulo como importante polo de produção de café.