O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, que participou da reunião, disse que as ações começarão na próxima semana e terá uma articulação com os governos locais, com o Poder Judiciário e o Ministério Público. O objetivo, de acordo com o ministro, é dar “punição exemplar” aos autores dos homicídios.
? Vamos lançar em comum acordo, o governo federal e os governos dos Estados, a Operação da Defesa da Vida, que envolve dois tipos de ações. O primeiro é uma ação policial propriamente dita, que vai envolver a Polícia Federal, a Polícia Rodoviária Federal, a Força Nacional e as Forças Armadas, que entrarão, a partir de uma solicitação dos governadores, em uma ação importante e significativa, com o objetivo claro de permitir que não ocorram novos homicídios, mas também de fazer a apuração imediata daquilo que está verificado ? disse.
Cardozo afirmou ainda que conversou pessoalmente com o presidente do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), ministro Cezar Peluso, e do Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP), Roberto Gurgel, para articular a ação.
? Há uma solidariedade nesse momento não só do governo federal, do poder Executivo, mas também do CNJ como também do CNMP. Este é um momento diferente. Não se trata apenas de uma ação do governo federal, se trata de uma ação do governo com governos estaduais em conjunto com poder judiciário e com próprio Ministério Público ? disse.
Além de Dilma e de Cardozo, participaram da reunião os ministros da Defesa, Nelson Jobim, do Desenvolvimento Agrário, Afonso Florence, da Secretaria-Geral da Presidência da República, Gilberto Carvalho, e a ministra dos Direitos Humanos, Maria do Rosário. Também estiveram presentes dos governadores do Pará, Simão Jatene, do Amazonas, Omar Aziz, e de Rondônia, Confúcio Moura.
O ministro da Justiça informou que a reunião já havia sido convocada pela presidente, mas a notícia de mais um assassinato nesta quinta, dia 2, em um assentamento em Eldorado de Carajás, no Pará, assustou o governo.
? Tivemos uma avaliação comum da gravidade da situação que se caracteriza pela ocorrência de homicídios na região Norte do país e a necessidade de tomarmos medidas imediatas com ampla integração entre os governos estaduais e o governo federal ? disse.
No último dia 24 de maio, o casal de ativistas José Cláudio Ribeiro da Silva e Maria do Espírito Santo da Silva foi morto a tiros em Nova Ipixuna, no Pará. Três dias depois foi assassinado o líder rural Adelino Ramos, em Vista Alegre do Abunã, em Rondônia. Adelino integrava o Movimento Camponês Corumbiara e tinha denunciado a retirada ilegal de madeira na região.