O assunto foi discutido numa reunião paralela ao Encontro Nacional de Prefeitos e Prefeitas, em Brasília. O ministro e autoridades do DNIT e Casa Civil receberam os gestores dos municípios da Amazônia Legal para discutir os investimentos e obras para integrar a região. Mangabeira disse que além de investir na pavimentação das duas rodovias federais, também é preciso regularizar as estradas secundárias para evitar rotas clandestinas para o tráfico de madeira e produtos extrativistas. O desafio é criar oportunidades à população da Amazônia, sem promover o desmatamento.
? Se as obras na BR 163 forem mal conduzidas deixa de ser desenvolvimento. Queremos estradas cercadas por unidades de preservação e que os licenciamentos não sejam um sufoco, mas sim um debate com qualificação ? destacou.
A regularização dessas estradas vicinais, que não são contempladas no Plano Estadual e Nacional de Viação, são consideradas essenciais pelo governo federal para colocar em prática o projeto de desenvolvimento sustentável da Amazônia.
? A pavimentação das duas rodovias custará R$ 2,2 bilhões. Para a construção das rodovias vicinais é preciso um cálculo, mas acho que o governo federal deve oferecer máquinas, equipamentos e óleo diesel. A mão de obra e o serviço de consultoria serão feitos pelas prefeituras e sociedade organizada para que haja transparência ? explicou o diretor-geral do Dnit, Luiz Antônio Pagot.
De acordo com o Dnit, na BR-163, no trecno entre Mato Grosso e Pará, há aproximadamente 45 vicinais com cerca de 100 quilômetros cada. Na BR-230, a Transamazônica, entre Marabá e Itaituba, o levantamento prévio mostra que há 30 estradas secundárias de 150 quilômetros cada uma.
Para os prefeitos dos municípios que compõem a Amazônia Legal, a pavimentação das duas rodovias federais é fundamental para legalizar a situação de moradores que vivem às margens das estradas e para promover o desenvolvimento. Mas eles cobram uma legislação menos burocrática e a presença mais intensa do governo federal na região.
? É preciso construir estradas, pontes, asfaltar estradas, senão vamos ficar só na promessa, conversa, discurso, mas na prática quem sabe somos nós que moramos lá. Não adianta achar que dentro de gabinete em Brasília vai resolver o problema, ou indo na Amazônia uma vez por ano dar uma passeada… não é assim ? argumenta o prefeito de Primavera do Leste (MT), Getúlio Viana.