Governo deve investir R$ 930 milhões em terras para assentados em 2011

Segundo o Ministério do Desenvolvimento Agrário, 10 mil famílias já foram beneficiadasOs investimentos para aquisições de terras a assentados da reforma agrária no Brasil devem chegar a R$ 930 milhões em 2011, de acordo com a previsão do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA). Segundo o ministro da pasta, Afonso Florence, já foram gastos R$ 530 milhões do orçamento deste ano do Ministério na compra de terras de interesse de 10 mil famílias.

Está no Congresso Nacional uma proposta do governo para liberação de crédito suplementar de R$ 400 milhões, que completará o montante dos investimentos programados pela pasta para este ano.

? Isso mostra a prioridade do governo para a regularização agrária e a acomodação das famílias de assentados. Apesar do recrudescimento da inflação este ano e da crise internacional, o governo demonstrou sua prioridade para a terra e não fez contingenciamentos na área do MDA ? disse o ministro.

Florence lembra, no entanto, que o Orçamento da União de 2011 foi contingenciado em 26% para todas as outras áreas. O objetivo do MDA é assentar no próximo ano mais 10 mil famílias, que deverão ser alvo de políticas de crédito e de assistência técnica para as lavouras. Os assentados e acampados que demandam terras para a agricultura familiar poderão aderir ao Programa Nacional da Agricultura Familiar (Pronaf) por meio dos órgãos estaduais de assistência técnica ou dos sindicatos de trabalhadores rurais.

O ministro salienta ainda que Brasília sediará, em 2012, a Primeira Conferência Nacional sobre Assistência Técnica. Segundo ele, o evento será de relevância para o aperfeiçoamento e aprovação de novas diretrizes da Política Nacional de Assistência Técnica para a Agricultura Familiar.

Florence também enfatiza ações atualmente desenvolvidas para a sustentabilidade dos pequenos produtores. Entre eles, o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), que torna obrigatória a compra pelas prefeituras de pelo menos 30% da produção dos pequenos agricultores.

? Isso dá sustentabilidade ao segmento e permite que as crianças tenham uma merenda de qualidade na escola ? apontou.

Outro programa apontado pelo ministro como um dos mais importantes é o Bolsa Verde, desenvolvido nos assentamentos e áreas extrativistas, que beneficia 15 mil famílias. Ele cita os benefícios que podem ser obtidos pelos agricultores com os financiamentos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para a instalação de agroindústrias cooperativadas.

Florence chamou atenção também para o potencial do turismo rural como atividade que pode ser mais explorada, com previsão de bons resultados.

? Além do objetivo que temos de melhorar a qualidade de vida dos agricultores, queremos propiciar às pessoas das cidades a oportunidade de poder passar dias felizes no campo. Estamos prontos para colaborar para a expansão do turismo rural, que pode contar com a participação de organizações econômicas dos produtores da agricultura familiar e das prefeituras. O turismo rural pode se consolidar e prosperar no Brasil como uma nova atividade econômica rentável ? afirmou Florence.