Entre os produtores de milho, a preocupação é o excesso do produto. Parte da última safra ainda está nos estoques, o que prejudica a armazenagem desta colheita, que já começou. O resultado é que o preço do grão está cada vez mais baixo.
? Até no Rio Grande do Sul já tem preço abaixo do mínimo. O que pode ocorrer é que o produtor fique desmotivado e isso pode fazer com que ele plante menos já na próxima safra ? disse o presidente da Câmara Setorial do Milho, César Borges.
A possibilidade de os agricultores diminuírem a produção de milho preocupa o governo. O grão não é usado apenas na alimentação humana, mas, principalmente, no abastecimento de aves, suínos e bovinos confinados para a produção de carnes. Por isso, o Ministério da Agricultura quer definir até esta segunda, dia 15, com a equipe econômica os valores que serão disponibilizados para atender os produtores.
? Quando nós falamos em medidas de política agrícola para tratar da movimentação do que sobrou da safra anterior ? é o caso do milho, do trigo e do feijão ? o limite das negociações seria segunda-feira. Já estamos tratando disso com o ministério da Fazanda há mais de 30 dias ? explicou o ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes.
A estimativa é que R$ 1 bilhão seja liberado para aquisição, escoamento e movimentação do milho.
? Eu acredito que nós podemos chegar a 15 milhões de toneladas com o mesmo volume de recurso ? disse o coordenador de Cereais e Culturas Anuais do Ministério da Agricultura, Sílvio Farnese.