Atualmente o limite bacteriano é de 750 mil por mililitro, com a instrução normativa, o índice baixaria para cem mil. A produtora de leite de Estrela, no Rio Grande do Sul, Elaine Maria Zwirtes, vende em média 650 litros de leite por dia. Há três anos passou a fazer a ordenha de forma automática e a estocar o leite em resfriadores de até dois mil litros. Para instalação dos equipamentos foram gatos R$ 50 mil.
Ela conta que todo esse investimento foi para facilitar o trabalho e trazer mais produtividade. Mas houve também a preocupação em se adequar a IN 51.
? Queremos entregar um produto de qualidade. É um alto investimento, mas se paga. A indústria também recompensa, nós recebemos R$0,03 a mais por ter a sala de ordenha, resfriamento e todo equipamento ? explica.
Em comparação a outros Estados brasileiros, o RS está adiantado no processo de adaptação às normas, pois 90% da produção leiteira têm inspeção federal, que garante a venda do produto para todo o país. Por isso, órgãos ligados ao setor no RS são contra a prorrogação.
? Se fizemos o investimento, fizemos o trabalho de casa. Devido a isso que a nossa posição é contra, não é que sejamos contra outros Estados do Brasil. Porém agora estamos de acordo com que foi exigido e temos interesse no mercado mundial e nos paises vizinhos. Esse modo também foi uma maneira de incentivar o Rio Grande do Sul a se adequar às normas, porque na Argentina, já se tem esse enquadramento. Serviu para não acontecer de o nosso consumidor deixar de comprar o nosso produto para comprar o do Uruguai. O produto do RS tem qualidade igual ao dos outros países ? esclarece o secretário executivo do Sindicato das Indústrias de Laticínios Produtos Derivados (Sindilat), Darlan Palharini.
A prorrogação ainda depende do aval do ministro da Agricultura, Wagner Rossi, que está na Europa. Para que não tenha uma nova prorrogação em 2012, um grupo técnico vai avaliar os gargalos da implantação da IN 51.