Paste this at the end of the

tag in your AMP page, but only if missing and only once.

Governo Dilma Rousseff cria menos assentamentos que governos anteriores

Presidente do Incra afirma que mudanças no Instituto acabaram atrasando a criação de novos lotesO governo da presidente Dilma Rousseff criou menos assentamentos da reforma agrária do que os governos anteriores de Luiz Inácio Lula da Silva e de Fernando Henrique Cardoso. Comparando os primeiros oitos meses de cada gestão, FHC criou 156 assentamentos, Lula, 135 e Dilma, apenas 35.

Os dados chamam a atenção, de janeiro a agosto foram criados 35 assentamentos em todo o país, número tímido se comparado aos governos que antecederam o de Dilma. Segundo o presidente do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), as mudanças no Instituto acabaram atrasando a criação de novos lotes.

? Para muita gente, o governo da presidente Dilma é um governo de continuidade, mas na realidade é um governo novo. O presidente do Incra foi trocado, os diretores do Incra foram trocados, a grande maioria dos superintendentes. Isso foi um processo demorado e efetivamente, por isso, que esse orçamento foi gasto mais tardiamente ? afirma Lacerda.

A demora é criticada pelos movimentos sociais.

? O que existe até o final do ano praticamente é que os assentamentos não aconteceram. A necessidade é grande, os recursos são poucos. Existe um passivo na questão do pagamento das áreas, os recursos pra obtenção têm diminuído e esse ano praticamente não foram. Praticamente não teve desapropriação de área no Brasil em lugar nenhum ? relata o coordenador de reforma agrária da Federação Nacional dos Trabalhadores e Trabalhadoras na Agricultura Familiar (Fetraf), Lázaro de Sousa Bento.

Para a Contag a base aliada ao governo não teria qualquer interesse em dar celeridade à reforma agrária no país, o que justificaria a demora na tomada de decisões.

? Um exemplo disso é a PEC 438 do Trabalho Escravo, de expropriação das áreas onde for encontrado trabalho escravo para fins de reforma agrária. Está no Senado e ela não anda, não vota porque nós temos visto a base aliada não tem sido favorável ? ressalta o secretário de política agrícola da Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag), William Clementino.

Celso Lacerda esclarece que os R$ 530 milhões destinados à desapropriação de terras foram gastos em agosto e setembro. E um pedido de R$ 400 milhões em recursos adicionais ainda precisa ser analisado pelo Congresso.

? Hoje acho que no nosso sistema devemos estar com umas 8,9 mil famílias assentadas nesse ano. É um número bastante baixo, mas na história do Incra toda, a grande execução é sempre no último trimestre. Mas a gente como está, com muitas áreas novas em processo de criação de assentamento, nós vamos ter ainda possibilidade de chegar a essa meta de 40 mil famílias até o final do ano ? afirma o presidente do Incra.

O governo tem dado prioridade na melhoria dos assentamentos como a criação de estradas e a construção de moradias. Mas segundo as organizações de trabalhadores ainda há milhão de famílias que precisam ser assentadas, contando com as 170 mil acampadas.

? Nós precisamos continuar assentando famílias numa velocidade que supere os problemas que têm no campo do ponto de vista de pessoas sem terra e continuar dando atenção aos trabalhadores que já foram assentados. Uma questão não elimina a outra ? afirma o secretário de política agrícola da Contag, William Clementino.

? Se não é prioridade do governo a reforma agrária é preciso o governo dizer que não é. Agora, o que não dá é para ter um conjunto de promessas e elas não acontecerem ? aponta Lázaro.

Sair da versão mobile