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Governo do Distrito Federal requer terras cedidas à Embrapa Cerrados

Na área de 95 hectares, a entidade realiza pesquisas voltadas ao meio rural; governo quer construir no local cerca de cinco mil unidades habitacionaisUma disputa por terra põe em risco mais de R$ 7 milhões investidos em pesquisas voltadas ao meio rural em Brasília. O governo do Distrito Federal está requerendo uma área cedida à Embrapa há mais de 30 anos, onde a entidade estuda novas tecnologias para o desenvolvimento do sistema de produção vegetal e animal no bioma cerrado. O governo, proprietário da terra, quer construir no local cerca de cinco mil unidades habitacionais, para o programa social Minha Casa, Minha Vida.

Segundo o pesquisador Fabio Faleiro, no local, que possui mais de 95 hectares, são realizadas pesquisas relacionadas à fertilidade, correção de acidez do solo, produção de biomassa para alimentação animal e melhoramento genético animal.

– As pesquisas realizadas aqui são usadas em mais de 207 milhões de hectares no Brasil, que antigamente eram inóspitos, não se produzia nada e, hoje, com bases nas tecnologias, é um celeiro de grãos e carne – diz Faleiro.

Todo esse trabalho está sendo ameaçado desde 2009, quando a Câmara Legislativa do Distrito Federal classificou a área de Planaltina como urbana. 

– Nós já estamos com a licitação feita, já existe uma empresa vencedora, estão sendo feitos estudos ambientais e urbanísticos para começar a obra. Aquela área é urbana, está localizada junto a um conglomerado urbano e toda a infraestrutura de água, luz, esgoto e rodovia  está perto. É o local ideal para se colocar moradias – afirma o secretário de Habitação e Desenvolvimento Urbano do DF, Geraldo Magela.

A Embrapa Cerrados informou que foi orientada pelo conselho de administração geral da empresa a continuar as pesquisas na área. A Embrapa ressaltou a importância das tecnologias desenvolvidas e afirmou que a desocupação pode provocar prejuízos ao agronegócio brasileiro.

– O sistema de produção envolve a continuidade das pesquisas. Hoje, se a gente tem uma tecnologia é porque se obteve uma base de dados ao longo de 30 anos de pesquisa. Para não perder essa base de dados é preciso que  as pesquisas tenham a sua continuidade. Foram investidos cerca de R$ 7 milhões investidos numa área, é um dinheiro público. Então, em respeito não só a pesquisa, não só a Embrapa, mas em respeito à sociedade é preciso rever isso – salienta o pesquisador.

O professor da Universidade de Brasília (UnB), Frederico Flósculo, explica que a desocupação é desnecessária, já que o Distrito Federal possui outros locais, até mais apropriados, para a construção de conjuntos habitacionais.

– São dezenas de municípios com uma área favorável a habitação, ao crescimento econômico e que são 100% maiores do que o DF destina para a habitação. Ou seja, sem fundamento econômico, ambiental, habitacional – diz o especialista.

Para o secretario de Habitação, apesar de ainda não ter data definida, a retomada da terra já é certa.

– Estamos trabalhando com a perspectiva de uma solução em comum acordo. Não estamos cogitando ações judiciais, mas se forem necessárias, serão adotadas – diz Magela.

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