As ações para minimizar o impacto da seca no Rio Grande do Sul foram definidas em reunião nesta quarta-feira (5). O encontro que teve a participação do governador do estado, Eduardo Leite e da secretária da Agricultura, Silvana Covatti, definiu medidas que vão desde o apoio na implementação de pastagens, além de subsídio nas linhas de crédito rural para os produtores de leite que tiveram perdas por conta do clima.
- Quebra é de quase 60% no milho sequeiro e de 24% na soja no Rio Grande do Sul
- Estiagem no Rio Grande do Sul já atinge quase 140 mil propriedades rurais
Para mitigar os efeitos da seca e visando o aumento da oferta de alimentos para o rebanho assim que as chuvas permitirem a implantação das pastagens, o governador deu aval para a ampliação do programa Sementes Forrageiras, cujo prazo para manifestação de interesse foi prorrogado até 15 de janeiro pela Secretaria da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural (Seapdr).
O estado também ampliará o subsídio para o programa Troca-Troca de Semente de Milho da safra 2021/2022 aos produtores que estão em municípios que decretaram situação de emergência. O detalhamento do repasse dos valores ainda será discutido entre a Seapdr e a Secretaria da Fazenda (Sefaz).
No começo de dezembro, o governo do estado anunciou o programa Avançar na Agropecuária e no Desenvolvimento Rural, com aporte de R$ 275,9 milhões. É o dobro do que já foi investido no setor nos últimos dez anos. Para a qualificação da irrigação, serão investidos R$ 201,42 milhões. Há, ainda, previsão de investimentos no fortalecimento da agricultura familiar (R$ 35,34 milhões) e melhorias nos acessos às propriedades para facilitar o escoamento da produção agropecuária (R$ 39,15 milhões). Os recursos para irrigação devem ser liberados em breve.
O governador solicitou à Seapdr que estude as condições pelas quais o estado poderia subsidiar as taxas de juros nas linhas de crédito rural, contratadas pelos produtores de leite, muito impactados pela falta de chuva. Levantamento da Emater/RS-Ascar apontou que 1,6 milhão de litros de leite estão deixando de ser captados por dia no Estado.
Por fim, a Defesa Civil está encarregada de elaborar uma estratégia para disponibilizar caminhões-pipa que transportem água, especialmente para o consumo humano e de animais.
Na terça-feira (4), o Ministério da Agricultura (Mapa) sinalizou a possibilidade de a titular da pasta, Tereza Cristina, sobrevoar as áreas atingidas pela seca no Rio Grande do Sul, no Paraná, em Santa Catarina e no Mato Grosso do Sul. A viagem dela está prevista para a próxima semana.