A ampla gama de ações previstas vai desde a compra de hipotecas diretamente dos bancos até a aquisição de ações em entidades “saudáveis” e dos títulos vinculados a hipotecas com altos níveis de inadimplência. O plano inicial falava da compra dos valores “podres” mediante leilões, mas o processo se torna complicado devido à variedade de títulos com problemas e à falta de informação precisa sobre sua qualidade e seu valor.
Embora ainda faça parte do plano, a idéia parece ter passado para segundo plano, frente à opção de comprar ações das entidades financeiras. Kashkari disse que essas operações “serão voluntárias e pensadas com termos atrativos para fomentar a participação de instituições saudáveis”. A compra de participações tem a vantagem de o contribuinte lucrar se as ações subirem.
A extensão de garantias dos empréstimos que os bancos fazem no mercado interbancário ? que aparentemente também desequilibra o Tesouro ? não foi mencionada por Kashkari entre os componentes do programa de resgate.
Os chefes de Estado e de governo dos países da zona do euro concordaram neste domingo, dia 12, em conceder esses seguros de pagamento na região como forma de reavivar o mercado interbancário, essencial para o funcionamento do sistema financeiro. O plano dos EUA vai além do europeu em outros aspectos. Kashkari indicou que o governo pretende comprar hipotecas diretamente dos bancos, particularmente das instituições financeiras regionais, onde esses empréstimos “atolam” suas operações.
Neste sentido, o diretor-interino do plano de resgate norte-americano à economia do país destacou que o programa do governo ajudará instituições “de todos os tamanhos” a se fortalecerem e a proporcionarem o financiamento, “crucial” para a economia americana.
O Departamento do Tesouro terceirizará a maioria do trabalho de seu novo programa para começar as intervenções o mais rápido possível. Kashkari explicou que o governo selecionará “nos próximos dias” a empresa que administrará as hipotecas e os títulos das bolsas de valores vinculados às hipotecas comercializadas. Nas próximas 24 horas também será escolhida a companhia que supervisionará todo o processo.
Por enquanto, Kashkari anunciou a incorporação à equipe do Tesouro do ex-diretor financeiro do Departamento de Comércio americano, Tom Bloom, que ocupará o mesmo cargo para o programa de resgate. Jonathan Fiechter, subdiretor do departamento de assuntos monetários e de capitais do Fundo Monetário Internacional (FMI), será o supervisor de risco do programa. O presidente do Federal Reserve (Fed, banco central americano), Ben Bernanke, será o presidente do comitê que supervisionará todas as operações.