Em julho, o Brasil atingiu 80% da meta do superávit primário previsto para 2011, que é a economia feita pelo governo para pagar os juros da dívida. Mas para manter o aperto fiscal, o número foi revisto e vai passar de quase R$ 118 bilhões para R$ 128 bilhões, ou seja, 3,3% do Produto Interno Bruto (PIB).
Segundo o ministro da Fazenda, Guido Mantega, a ordem é cortar gastos, ou seja, nada de reajustes salariais e despesas desnecessárias.
? Mesmo que nós já tenhamos atingido 80% do resultado, se não aumentássemos a meta, nós poderíamos relaxar. Então, essa é a mensagem, nós não vamos gastar a arrecadação, mesmo se vier maior, nós vamos poupar ? afirma.
Por enquanto, a previsão de crescimento da economia não será alterada.
? Nós continuamos trabalhando com a taxa entre quatro e 4,5 de crescimento. Não sei precisamente. Vamos esperar os próximos meses. Não vejo necessidade de estímulos monetários neste momento ? complementa Mantega.
Líderes das centrais sindicais criticaram a estratégia econômica do governo. Para eles, o fundamental agora é reduzir a taxa básica de juros. Por isso, eles prometem fazer protestos em frente ao Banco Central nesta terça e quarta, dias 30 e 31, quando o Comitê de Política Monetária volta a se reunir para discutir a taxa selic.
? Nós achamos e deixamos claro que só acreditamos numa situação de aumento de superávit se cair juros imediatamente, porque caindo juros, o Brasil pode voltar a crescer e manter os 4% ? ressalta o presidente da Força Sindical, Paulo da Silva.
? O problema no Brasil é a taxa de juros, e não há necessidade de você conter gasto público, sendo que a arrecadação está aumentando. Não dá para você trabalhar para manter as políticas públicas e sociais se você não reajusta salário ? comenta o presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Arthur Henrique.