Desde 2003, o setor produtivo da mandioca tenta melhorar os preços mínimos da raiz e de seus derivados, especialmente os que têm aplicação industrial. O preço do amido de mandioca, por exemplo, aumentou 30%. Ele é utilizado na produção de papéis, tintas, madeiras e até na construção civil e na metalúrgica, sob a forma de vários componentes. Mas foi a raiz que puxou o restante dos preços.
O governo reajustou em 50% o preço mínimo da tonelada da raiz ? para R$ 98,85 ? o que, segundo os agricultores, cobre os custos de produção. No Paraná, a maior parte da mandioca vai para a indústria. São 14 fecularias só na região noroeste do Estado. De acordo com a Associação Brasileira de Produtores de Amido de Mandioca (Abam), neste ano devem ser processadas 600 mil toneladas do produto, 10% a mais do que em 2007.
Para a indústria, o volume de produção atende o mercado interno, mas não permite a formação de estoques que poderiam facilitar a adição de amido de mandioca na farinha de trigo e, ainda, ampliar as exportações.
? Com a formação de um estoque regulador do governo, o país poderia entrar em novos mercados, em setores mais carentes, interessantes e com bons preços, juntamente com a iniciativa privada, em função de preços altos no mercado internacional, por falta do amido no Exterior ? estima o presidente da Abam, Ivo Pierin Jr.
O Paraná concentra a maior parte da transformação da mandioca, mesmo sendo o terceiro produtor da raiz, atrás da Bahia e do Pará (primeiro no ranking nacional). Mesmo assim, para o representante dos produtores de mandioca do noroeste do Paraná, Cleto Lanziani Janeiro, nem todos os problemas foram resolvidos: a preocupação, agora, é com a produtividade.
? O que nos ameaça, agora, é o aumento do plantio de cana, que está pegando as áreas mais produtivas. E nós estamos ficando com o solo que precisa de investimento, o que aumenta o custo de produção.