O fechamento de vagas em vários setores da economia, provocado pela crise econômica, é a principal razão para o governo ampliar o acesso a mais duas parcelas adicionais do seguro desemprego. Em fevereiro, a medida atendeu mais de 103 mil pessoas. Mas o ministro do Trabalho, Carlos Lupi, descarta a necessidade de novas ampliações.
? Dificilmente teremos essa necessidade porque o mercado já está mudando e estamos crescendo bem na geração de emprego. Não se pode comparar o ano de 2009, quando o mundo inteiro está demitindo, e achar que vamos ter o mesmo número de empregos de 2008. Eu acredito então que nós entramos em um eixo de crescimento forte que não necessitará mais recorrer a esse mecanismo de recuperação das perdas do salário do trabalhador ? declarou o ministro.
O anúncio do governo é uma resposta às reivindicações dos representantes dos trabalhadores. Segundo Lupi, a meta é criar um milhão de empregos em 2009 e a previsão é que a taxa de desemprego, medida pelo IBGE, fique entre 8% e 8,5%, considerando um crescimento do PIB acima de 2%. O ministro discordou da preocupação com o desemprego, demonstrada pelo presidente do Banco Central, Henrique Meirelles.
? É uma questão de visão de avaliação. É claro que qualquer desemprego preocupa, do mesmo jeito que, para mim, por exemplo, preocupa a taxa Selic ser muito alta ? completou.
Segundo os cálculos do Ministério do Trabalho, o governo deve desembolsar R$ 236,7 milhões para o pagamento das parcelas extras. Carlos Lupi garantiu que o caixa do Fundo de Amparo ao Trabalhador está positivo e que há recursos para garantir o gasto adicional.