O secretário-adjunto de Política Econômica do Ministério da Fazenda, Gilson Bittencourt, participou da reunião e disse que o governo avalia, neste primeiro momento, que essa seria uma saída bastante positiva para enxugar o mercado de arroz e provocar uma recuperação dos preços pagos ao rizicultor. A saca do produto está sendo negociada atualmente em valor entre R$ 19 e R$ 20, enquanto que o preço mínimo é de R$ 25,80 por saca.
O deputado federal Jerônimo Goergen (PP-RS), que participou da reunião, disse que a proposta discutida foi a de direcionar entre 1,5 milhão e dois milhões de toneladas de arroz para a produção de ração para suínos e frangos. A estratégia supriria, também, dificuldades atuais no abastecimento de milho para as granjas gaúchas, destacou o deputado.
? Milho está faltando no Rio Grande do Sul e o arroz precisa de escoamento. Com essa alternativa, vamos resolver os problemas de duas cadeiras produtivas: a de produção de carnes e a do arroz ? defendeu o parlamentar.
Goergen disse que o mecanismo funcionaria como um “PEP (Prêmio de Escoamento de Produto) interno”. Ainda na tarde desta quarta, será realizada uma reunião em Porto Alegre sob o comando do Instituto Rio-grandense do Arroz (Irga), com a presença de representantes das cadeias produtivas do frango e de suínos, informou Goergen. Esse encontro servirá para “afinar” a proposta do setor privado a ser apresentada, na semana que vem ao governo, para dar essa nova destinação ao excedente de arroz.
Apesar de o governo ver com simpatia a ideia de destinar arroz para a produção de ração animal, Bittencourt, do Ministério da Fazenda, alerta que qualquer decisão oficial levará pelo menos entre uma e duas semanas para ser anunciada. A produção brasileira de arroz na safra 2010/2011 é de 13,812 milhões de toneladas, 18,4% a mais que o total de 11,660 milhões de toneladas da safra 2009/2010. Sozinho, o Rio Grande do Sul é responsável pela produção de 8,832 milhões de toneladas de arroz na atual safra, ou seja, mais de 60% do total nacional.