Segundo Mantega, com o corte inicial já feito, de R$ 21,8 bilhões, a redução total no orçamento para este ano corresponde a cerca de 1% do Produto Interno Bruto (PIB). Ele destacou que esta é uma medida anticíclica para que o crescimento da economia seja sustentável e equilibrado.
Mantega e Paulo Bernardo vão viajar para a Espanha na próxima segunda-feira e devem apresentar o corte adicional ao orçamento ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
? Vamos buscar o aval do presidente ? afirmou.
O ministro do Planejamento contou que, quando o presidente Lula lhe falou que Mantega havia conversado com ele sobre a necessidade do corte, Bernardo ficou bastante preocupado. A partir daí, Mantega e Bernardo tiveram várias reuniões para definir o novo contingenciamento. Bernardo disse que a medida é importante.
Segundo ele, o corte no orçamento não será linear e o presidente Lula determinou que ele e Mantega conversem com cada ministério. Bernardo disse que o governo tem até o dia 30 de maio – dez dias após a divulgação do Relatório da Programação Orçamentária – para fazer o detalhamento do corte em cada ministério.
Bernardo destacou ainda que esta é a primeira vez que o governo faz um segundo contingenciamento. O normal, segundo ele, é fazer um corte maior no início do ano para, posteriormente, começar a liberar as verbas. Agora, surgiu a necessidade de auxiliar a política monetária por meio da política fiscal.
Mantega encerrou a entrevista lembrando que, em 2008, o governo fez uma ação anticíclica como esta, ao economizar 0,5% do PIB para fazer a poupança do Fundo Soberano do Brasil. Ele destacou que a demanda do setor privado está indo muito bem e que era melhor reduzir a demanda do setor público para calibrar o crescimento.