O Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), em parceria com o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e a Polícia Rodoviária Federal (PRF), apreendeu 152 mil quilos de defensivos agrícolas.
Entre os produtos apreendidos estavam substâncias químicas e biológicas.
A apreensão dos defensivos é resultado da Operação Ceres, que aconteceu no interior de São Paulo, entre os dias 30 de julho a 21 de agosto.
Segundo o governo, o objetivo era identificar e apreender defensivos importados, produzidos e comercializados de forma irregular no país.
Durante a operação, foram fiscalizadas 29 empresas, das quais 4 foram interditadas devido a questões relacionadas à fabricação de insumos agrícolas, acarretando riscos à produção e à eficácia dos produtos.
O Ibama e o Mapa emitiram um total de 42 Autos de Infração, resultando em multas no valor de R$ 10.394.674,00.
Além disso, as autoridades emitiram cinco notificações e temporariamente suspenderam algumas atividades.
Bioinsumos
A operação concentrou sua atenção principal nos bioinsumos, uma medida derivada da análise de amostras realizada pelo Mapa no início do ano.
A análise revelou a presença de microrganismos de controle biológico em produtos como fertilizantes e adjuvantes, os quais têm uma ampla utilização na agricultura.
Mesmo que dois tipos desses produtos não exijam registro federal, ficou clara a necessidade de uma supervisão rigorosa para garantir sua adequação.
Com o intuito de assegurar a precisão dos resultados, os produtos passaram por sequenciamento genético realizado pelo Laboratório Federal de Defesa Agropecuária (LFDA). Esse procedimento identificou microrganismos de controle biológico, agora classificados como agrotóxicos biológicos.
Além dos microrganismos, as autoridades detectaram patógenos prejudiciais à saúde humana, incluindo Candida sp, Trabulsiella farmeri e Citrobacter amalonaticus, este último associado à meningite neonatal.
Além disso, os pesquisadores identificaram patógenos agrícolas, como o fungo Fusarium sp. e o fungo Plasmopara viticola, encontrando-se na composição dos insumos.
Ademais, a operação expôs práticas ilegais, como a fragmentação e comercialização de agrotóxicos químicos em locais não autorizados.
Além disso, foi constatada a produção irregular de produtos domissanitários destinados ao uso urbano, mas comercializados no mercado agropecuário.
A apreensão desses agrotóxicos sem o registro do Mapa constitui uma ameaça tríplice: aos setores agropecuários, à saúde humana e ao meio ambiente.
A Operação Ceres marca um passo significativo na garantia da segurança alimentar, na proteção ambiental e na promoção de práticas agrícolas responsáveis. Ações conjuntas como essa enfatizam a importância da colaboração entre diferentes órgãos governamentais para assegurar a conformidade com as leis e regulamentos vigentes.