Em uma fazenda em São Sebastião, no interior do Distrito Federal, o cultivo de orgânicos é feito há 25 anos. São 55 tipos de hortaliças distribuídos em 50 hectares. Por semana, são vendidos, em média, 20 mil itens, a maior parte para grandes redes de supermercados. Do plantio à embalagem, o negócio emprega 200 pessoas.
A maior parte do custo de produção, cerca de 70%, está na mão de obra. O manejo do solo e todo o plantio e a colheita são manuais. O desafio do produtor de orgânicos é especializar e manter esse trabalhador na atividade rural.
? É difícil achar uma mão-de-obra que você consiga estabilizar com carteira assinada, que consiga segurar no trabalho, com salários justos. Então isso ainda é dificuldade ? diz o engenheiro agrícola Leonardo Rocha.
O trabalho é intenso também na pós-colheita: a seleção, lavagem e embalagem dos produtos é feita por 40 pessoas.
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? A máquina para lavar a alface custa R$ 40 mil, o que eliminaria seis funcionários. Com certeza se paga essa máquina em dois anos, mas a gente não tem esse investimento pra fazer agora, a gente precisaria de um financiamento específico ? avalia o gerente de embalagem Valter Caetano Junior.
O uso de insumos biológicos aumenta ainda mais os custos. Quem produz reclama da falta de políticas voltadas à produção orgânica, como linhas de crédito específicas. Por isso, o governo estuda medidas de apoio, entre elas a redução de impostos e o pagamento por serviços ambientais.
? No futuro a gente reduz o número de pessoas que vão precisa de médicos e hospitais. Então, se incentivarem, seria vantagem até para o governo em longo prazo ? conclui Caetano Junior.
