A negociação foi feita pelo ministro da Secretaria Especial de Portos, Leônidas Cristino. Segundo ele, o governo concordou em suspender licitações dos portos até a data acordada com os trabalhadores, apesar de garantir que não havia licitações previstas até lá. No entanto, Cristino disse que os estudos para o início desse processo estão mantidos.
O ministro não descartou mudanças no texto da MP.
— Não temos intenção de mudar a essência do texto, mas estamos abertos à negociação — garantiu.
Os representantes dos trabalhadores comemoraram o resultado da greve desta sexta e consideraram a paralisação essencial para a abertura de negociações com o governo.
Segundo o deputado Paulo Pereira da Silva (PDT-SP), o Paulinho da Força, presidente da Força Sindical, 36 portos em 12 Estados participaram da paralisação desta sexta, prevista para ocorrer entre as 7h e as 13h.
— A greve foi um sucesso. Nossa dificuldade era ter o diálogo, e hoje conseguimos abrir este canal.
Com o acordo, está suspensa a paralisação prevista para a próxima terça, dia 26, conforme estratégia que havia sido aprovada pelos trabalhadores para pressionar o governo. A próxima rodada de negociação ocorrerá na sexta, dia 28, com a participação do relator da MP, senador Eduardo Braga (PMDB-AM).
Pela manhã, trabalhadores do Porto de Santos, o maior terminal do país, impediram embarques de produtos – como soja, açúcar e itens siderúrgicos – em protesto contra a MP 595/2012, iniciado às 7h. De acordo com a Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp), dos 26 navios atracados, 17 deixaram de carregar e descarregar mercadorias por causa da manifestação.
No Rio de Janeiro, os portuários fizeram uma grande manifestação que parou o trânsito, durante toda a manhã, na zona portuária da cidade.
Na quinta, dia 21, o Tribunal Superior do Trabalho (TST) proibiu os portuários de interromper as atividades, sob multa diária de R$ 200 mil. No entanto, os trabalhadores informaram não ter conhecimento da decisão e deram continuidade ao ato.