De acordo com o secretário especial de Assuntos Fundiários, Hamilton Serighelli, a criação de uma secretaria exclusivamente para buscar soluções pacíficas para questões fundiárias foi fundamental para que não fosse registrado um único conflito no campo no Paraná desde janeiro de 2011.
O modelo de trabalho envolve várias secretarias do Estado do Paraná, em especial a da Segurança Pública e a Procuradoria Geral. As ações de governo são desenvolvidas em consonância com os poderes Judiciário e Legislativo, os movimentos sociais (MST, Contag, MAST e MLST), a Federação da Agricultura do Estado do Paraná (Faep) e o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra).
– O Paraná está mostrando que tem maturidade para resolver os problemas fundiários na mesa de negociação – afirma Serighelli. Para ele, a solução dos conflitos significa o inicio da produção e quando mais rápido isso ocorre, mais o Estado pode ajudar a desenvolver os assentamentos.
Serighelli tem visitado as áreas que são alvo de disputa, na companhia de um oficial designado pela Polícia Militar, para conhecer e analisar as peculiaridades de cada caso e os argumentos de cada envolvido, de forma a propor soluções conjuntas na Justiça.
– É preciso verificar cada local para não cometer injustiças. Com as visitas às áreas podemos levar mais informações ao Judiciário – explica o major Valdir Carvalho de Souza, que é coordenador especial de mediação de conflitos da terra.
Em parceria com o governo federal, a secretaria de Assuntos Fundiários está ajudando no desenvolvimento de projetos em cooperativas agrárias para beneficiamento de laticínios, derivados de carne e outros produtos do campo, em Querência do Norte, Arapongas, São Jerônimo da Serra, Marmeleiro e Lapa, entre outros municípios. Os projetos já beneficiam mais de 4 mil famílias.
Atualmente existem 319 assentamentos da reforma agrária no Estado, que abrigam 20 mil famílias. Desde janeiro de 2011 foram assentadas cerca de 500 famílias no Paraná.