Essa situação, segundo o próprio governo, acabou gerando migração do consumo de combustível para a gasolina, em detrimento do etanol. O reajuste preparado pelo governo (de 7% para a gasolina e até 5% para o óleo diesel), além de devolver parte da competitividade ao etanol, também serviria para reduzir as importações de gasolina, que têm afetado a balança comercial.
Diante do aumento do consumo, a Petrobras tem elevado fortemente a compra do combustível no exterior. Além de tentar puxar a demanda por etanol, o governo também acredita que a elevação do teto da mistura de álcool na gasolina pode fazer com que os usineiros voltem a investir e dediquem parte da produção para o mercado de álcool combustível.
Com a redução da demanda nos últimos anos, muitas usinas passaram a produzir mais açúcar, incentivados pela alta dos preços da commodity. A ideia do governo é elevar de 20% para 25% o teto da mistura. A medida só entraria em prática, entretanto, em junho, quando a colheita da safra de cana-de-açúcar está em seu auge. Técnicos acreditam que a sinalização da medida agora pode ajudar os usineiros a planejarem uma maior produção de etanol para o ano.