A única diferença das regras atuais em relação às dos anteriores, explica o secretário, é que uma portaria interministerial permitiu que o governo subvencionasse também o escoamento do trigo para alimentação animal. A medida visa a garantir o preço mínimo de garantia aos produtores de trigo e ao mesmo atenuar o problema da redução da oferta de matéria-prima para fabricação de ração na região Sul, decorrente da estiagem que provocou quebra da safra de milho.
Rocha apresentou nesta terça, dia 14, as linhas do plano de safra para as culturas de inverno durante reunião da câmara setorial do Ministério da Agricultura. Ele disse que os recursos para financiamento da safra devem se manter na faixa de R$ 3 bilhões, com R$ 1,2 bilhão para custeio. Ele disse que o montante de recursos é suficiente para atender à demanda, mas, em caso de necessidades, haverá suplementação.
O assessor econômico da Organização das Cooperativas do Paraná (Ocepar), Nelson Costa, afirmou que o mais importante para os produtores no momento é a manutenção dos leilões de PEP, pois os moinhos suspenderam suas compras e deixaram o mercado sem referência de preços. Pelas contas de Nelson Costa, os produtores ainda estão carregando 1,5 milhão de toneladas de estoques, sendo 1 milhão no Paraná e 500 mil no Rio Grande do Sul. Ele salienta que o problema poderia ser pior se o governo federal não tivesse apoiado o escoamento de 1,54 milhão de toneladas.
Argentina
Notícias Relacionadas
Na reunião da câmara setorial, os produtores reivindicaram do governo a suspensão das licenças automáticas para importação de trigo argentino, seguindo a mesma linha aplicada pelo país vizinho aos produtos brasileiros, como a carne suína.
— Nós aceitamos qualquer contingenciamento da Argentina — disse Costa.
Os produtores querem que as licenças de importação sejam condicionadas à aquisição de produto nacional, na proporção de um por um.
Preço Mínimo
O Ministério da Agricultura poderá reajustar o preço mínimo de garantia do trigo para a safra 2012. A possibilidade foi aventada nesta terça pelo secretário de Política Agrícola, Caio Rocha, durante a reunião da câmara setorial de culturas de inverno. Segundo Nelson Costa, assessor econômico da Organização das Cooperativas do Paraná (Ocepar), que deu a informação, o preço deve ser maior que o atual – R$ 477/tonelada (trigo pão) – até R$ 520/tonelada, valor pleiteado pelo setor produtivo. Nelson Costa informou que o plano de safra para as culturas de inverno deve ser anunciado na primeira quinzena de março em Não-me-Toque (RS), durante a Expodireto.
