Em virtude da escassez hídrica na Bacia do Meia Ponte, o governo de Goiás decretou – no final do mês passado – situação de emergência por 90 dias. Agora, determinou redução de 50% na captação de água pela indústria e agricultura. Do total da água consumida na Grande Goiânia, 70% é captada para consumo da população e os 30% restantes pelo setor privado para abastecer indústrias e lavouras. Assim, o governo vai reduzir para 15%, até normalizar o abastecimento.
A grave crise hídrica assola a população e as atividades que essencialmente necessitam de água. A seca é considerada a pior dos últimos 30 anos e o prognóstico de precipitação para os meses de setembro, outubro e novembro na região Centro-Oeste continuam apontando chuvas abaixo da média.
Na contramão da crise, o produtor rural Fabiano Nardotto, de Cocalzinho (GO), implantou recentemente o sistema de irrigação por gotejamento em 37 hectares e está cultivando sua primeira safra de inverno com milho pamonha. Na lavoura não falta água, o sistema gota a gota economiza a utilização do recurso e garante a nutrição adequada para as plantas.
“Em períodos de racionamento os pivôs se tornam um vilão aos olhos da população, mas com a irrigação inteligente é possível poupar água, continuar produzindo e ter certeza de rentabilidade”, destaca Nardotto.
Na estação seca a oferta de água por meio de pivô central pode chegar a 600 milímetros durante o ciclo completo da cultura. Por sua vez, a irrigação por gotejamento consome em torno de 400 milímetros e transporta a água e nutrientes, através do sistema de Nutrirrigação, diretamente no sistema radicular das plantas, assegurando maior retorno em produtividade e qualidade dos cultivos, explica o engenheiro agrônomo da Netafim, William Damas – a empresa trabalha com soluções completas de irrigação por gotejamento, nutrirrigação e quimigação.
Além disso, a solução de irrigação gota a gota, por sua eficiência, permite irrigar uma área maior com a mesma quantidade de água disponível em relação aos demais métodos de irrigação.
Tornar a água mais produtiva, também foi objetivo de outra fazenda em Abadiânia (GO) irrigada por gotejamento subterrâneo. Em sua quarta safra de grãos, o produtor conseguiu alcançar produtividade de 19 toneladas por hectare de milho verde. Desde que a tecnologia foi implantada, safra de verão, safrinha e safra de inverno foram cheias, mesmo com o estado sofrendo graves problemas de falta de chuvas. Na propriedade são 51 hectares irrigados subterraneamente, que nos próximos meses já começará a receber os tratos para o ciclo 2017/2018.
Os produtores estão cada vez mais preocupados com o melhor aproveitamento dos recursos naturais, ganho de produtividade e garantias de rentabilidade, sem precisar ficar à mercê dos mapas climáticos.
Por meio de tubos gotejadores que levam água, nutrientes e químicos diretamente na raiz da planta, o sistema auxilia no desenvolvimento pleno de cada um dos cultivos. Quando aplicada na área de absorção, o aproveitamento chega a 95% e a economia de água pode chegar a 60%, colaborando para que o produtor não comete eventuais desperdícios.
A irrigação inteligente em grãos, além de economizar em recursos como água e fertilizantes, também ajuda o produtor a economizar energia elétrica. Uma vez que o sistema é aplicado, a economia de energia chega a 40% quando comparado aos demais sistemas de irrigação.
“São essas tecnologias que permitirão ao Brasil continuar sendo potência mundial na produção de grãos, sempre com o compromisso da sustentabilidade e rentabilidade”, reforça Damas.