O financiamento do plantio em áreas de renovação de canaviais, normalmente ocupadas com soja e amendoim, aponta o sorgo sacarino como opção de produção. Seu ciclo de cultivo e colheita compreende ao período de entressafra da cana-de-açúcar, especialmente, na região Centro-Sul. A previsão é de uma oferta adicional de 300 milhões de litros de biocombustível de sorgo para a próxima safra.
De acordo com a análise do secretário de Produção e Agroenergia, do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Gerardo Fontelles, “é estratégico para o país que outras fontes potenciais de geração de agroenergia sejam fortalecidas e estimuladas. Isto contribuirá para a diminuição da volatilidade de oferta e de preços, no período após colheita da cana-de-açúcar”.
O sorgo sacarino é uma variedade que possui taxas maiores de açúcar nos colmos e passou a ser testado como matéria-prima para a produção de etanol, em 2008, conforme os pesquisadores da Embrapa Milho e Sorgo. O caldo extraído dos colmos da planta se adapta ao processo industrial das usinas. As colheitadeiras utilizadas também são as mesmas, pois a altura do sorgo, em torno de 2 metros, é similar ao da cana. O sorgo pode ser semeado entre os meses de novembro e dezembro e de fevereiro a março, o que beneficia as usinas que ficam ociosas na entressafra.
Outra medida de apoio ao setor canavieiro, o Prorenova, implantada no início deste ano, conta com recursos de R$ 4 bilhões para estimular à renovação e ampliação de cerca de um milhão de hectares.