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Governo e indígenas de Mato Grosso do Sul têm primeira reunião em clima conciliatório

Segundo o senador Delcídio Amaral (PT-MS), há um consenso de que é necessário indenizar as áreas destinadas à criação de terras indígenasDepois de semanas de tensão e da morte de um índio terena durante uma tentativa de reintegração de posse, indígenas e governo tiveram nesta quarta, dia 12, a primeira reunião em tom conciliatório a fim de encontrar uma solução para os conflitos fundiários entre índios e produtores rurais em Mato Grosso do Sul.

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A morte do terena Oziel Gabriel, no dia 30 de maio, acirrou os ânimos na região de Sidrolândia (MS) e veio à tona as disputas por terras no Estado. No encontro desta quarta, lideranças indígenas de Mato Grosso do Sul foram recebidas pelos ministros da Justiça, José Eduardo Cardozo; da Casa Civil, Gleisi Hoffmann; da Secretaria-Geral da Presidência, Gilberto Carvalho; e da Advocacia-Geral da União, Luís Inácio Adams. Parlamentares da bancada federal do Estado também estiveram presentes.

– Hoje tivemos uma reunião bastante importante, e ficamos esperançosos de pelo menos começar o diálogo dessa discussão. Nosso país precisa muito de diálogo para discutir esse problema que não é nosso e que também não é dos produtores rurais, é um problema que o próprio Estado criou. Então o Estado precisa criar políticas e questões jurídicas que podem resolver esses problemas – avaliou o índio guarani kaoiwá Anastácio Peralta.

Segundo o senador Delcídio Amaral (PT-MS), há um consenso de que é necessário indenizar as áreas destinadas à criação de terras indígenas e o governo está buscando alternativas para chegar a uma solução definitiva para os conflitos.

– A partir do momento em que o governo busque uma solução para indenizar as áreas, nós vamos começar já a mitigar esses efeitos, a distensionar o clima para trazer tranquilidade a todos: para as etnias, para os produtores de terra.

De acordo com o senador, existe previsão orçamentária de R$ 50 milhões para indenizações em 2013.

– Não é suficiente, mas é um começo – reconheceu.

A solução, no entanto, na avaliação de Amaral, não depende apenas “de uma penada” para ser resolvida.

– Eu volto a repetir, essa é uma solução ampla, que não envolve só as lideranças indígenas, os produtores, o governo estadual e o governo federal. É mais complicada, envolve o Judiciário.

Na próxima semana, as lideranças indígenas e o governo voltarão a se reunir para discutir as disputas fundiárias em Mato Grosso do Sul. Até lá, será mantida a ocupação da Fazenda Buriti, onde Gabriel foi morto.

– Nosso posicionamento de não sair permanece. Recuar, por enquanto, não. Infelizmente, tivemos de perder vidas de guerreiros para que isso viesse à tona, mas temos confiança e esperança de que daqui para frente conseguiremos achar uma solução – disse o terena Lindomar Ferreira, que também participou da reunião.

Apesar da ocupação, a situação na Fazenda Buriti está menos tensa, segundo o senador Delcídio Amaral. Desde a semana passada, 110 homens da Força Nacional de Segurança estão na região para conter os conflitos entre os índios e fazendeiros.

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