É também o primeiro navio petroleiro construído no Brasil a ser entregue ao Sistema Petrobras em mais de 13 anos. O Promef é um projeto do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).
O petroleiro, que vem sendo considerado um marco na retomada da indústria naval brasileira, tem 274 metros de comprimento, capacidade de transportar 1 milhão de barris de petróleo e foi encomendado pela Transpetro, empresa de logística e transporte do grupo Petrobras. O custo foi de R$ 300 milhões.
A embarcação será batizada com o nome de João Cândido em homenagem àquele que ficou conhecido como Almirante Negro ao liderar a Revolta da Chibata, movimento iniciado no Rio de Janeiro em 1910, contra a aplicação de castigos físicos a marinheiros. O filho de João Cândido deve participar do evento.
O navio terá como madrinha uma soldadora do Estaleiro Atlântico Sul, Mônica Roberta de França. A escolha é uma homenagem aos que trabalharam na construção do navio. No lançamento de um navio ao mar há um ritual de batismo em que a madrinha quebra uma garrafa de bebida no casco da embarcação.
Por meio do Promef, a Transpetro encomendou a construção de 49 navios. Desse total, 38 já foram contratados. O navio a ser entregue nesta sexta, dia 7, faz parte do primeiro contrato do programa, que prevê ainda a construção de dez embarcações do mesmo tipo. Um total de 22 navios do Promef serão construídos no Estaleiro Atlântico Sul, que foi criado para atender à demanda da Transpetro a partir de sociedade entre empresas privadas.
Na intenção de reestruturar a indústria naval brasileira e torná-la competitiva internacionalmente, as licitações para a construção de navios por meio do Promef precisam atender a três requisitos: que os navios sejam fabricados no Brasil, tenham preço e qualidade internacionalmente competitivos e 65% de conteúdo nacional mínimo. No caso do navio João Cândido, esse percentual foi de 72,6%.
Em setembro do ano passado, Lula esteve no Porto de Suape para a cerimônia de batimento de quilha do navio, que representa o assentamento do primeiro bloco já pronto, e defendeu a retomada da indústria naval brasileira, que na década de 70 ocupou a posição de segunda maior fabricante mundial.
O segundo navio do Promef será lançado ao mar em junho, desta vez no Estaleiro Mauá, em Niterói (RJ).