Durante o lançamento, o presidente Lula lembrou a tragédia de Santa Catarina e destacou a necessidade de uma análise dos motivos que levaram à enchente e ao desmoronamento de terras no Estado. Segundo o presidente, a situação não pode se repetir.
? É um negócio que eu acho que mereceria um estudo para que a gente não tenha daqui a 100 anos uma outra coisa dessas e que a gente não tenha prestado o serviço necessário ? disse Lula.
De acordo com o ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, o Plano traz ações de prevenção para evitar que os brasileiros sofram os efeitos do aquecimento global.
? O que aconteceu com Santa Catarina tem a ver com má ocupação das encostas, ocupação desordenada da margem dos rios, desmatamento. Então vamos ter ações de prevenção.”
O Plano levou um ano para ficar pronto e traz metas para reduzir a emissão de gases como o dióxido de carbono, o principal causador do efeito estufa. Entre as ações a serem adotadas a partir de janeiro do ano que vem estão implementar uma Política Nacional de Eficiência Energética; aumentar o consumo de carvão vegetal sustentável em substituição ao carvão mineral; a troca de um milhão de geladeiras antigas por ano, durante 10 anos; estímulo à utilização de sistemas de aquecimento solar de água; eliminação gradual das queimadas nas lavouras de cana-de-açúcar; aumento da produção de biocombustíveis e recuperação de pastos e florestas degradadas.
Só na Amazônia, o objetivo é diminuir em 72% o desmatamento até 2017, o que representa uma redução de quase cinco bilhões de toneladas de gás carbônico na atmosfera. Para implantar as ações de combate ao desmatamento, além de parte dos recursos do Fundo Amazônia, o governo pretende criar o Fundo Clima. A proposta está em análise no Congresso Nacional e prevê a captação de R$ 300 milhões em recursos.
O Plano vai ser revisado anualmente. Os ambientalistas consideraram as metas muito tímidas o que, segundo eles, pode permitir a continuidade de ocupações irregulares do território.
? O plano podia ser uma alavanca para mudar o curso de ocupação do território nas áreas rurais, mudar o curso das atividades pecuárias e agrícolas, no sentido de prever a sustentabilidade e maior eficiência na ocupação do território ? critica o coordenador do Grupo Clima do Fórum Brasileiro de ONGs, Rubens Born.