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Governo lança plano para frear desmatamento no Cerrado

Devastação na região é duas vezes maior do que na Amazônia, de acordo com dados do Ministério da AgriculturaO governo lançou nesta quinta, dia 10, um plano para combate ao desmatamento do Cerrado, que até 2011 pretende frear o ritmo de devastação do bioma, que já perdeu 48,2% da vegetação original ? quase um milhão de quilômetros quadrados. Somente nos últimos seis anos, o desmatamento atingiu 127 mil quilômetros quadrados do Cerrado, de acordo com dados divulgados pelo Ministério do Meio Ambiente.

O atual ritmo de devastação do Cerrado é de cerca de 20 mil quilômetros quadrados por ano ? o dobro do da Amazônia, que este ano deve registrar desmatamento inferior a 10 mil quilômetros quadrados.

Os números são do monitoramento por satélite que analisou imagens de 2002 a 2008 e mostra o avanço do desmate na região, pressionado pela expansão das lavouras de cana-de-açúcar, soja, pecuária e pela produção de carvão.

? Os dados mostram realidade muito cruel. Hoje em dia se desmata no Cerrado o dobro do que se desmata na Amazônia. Não queremos que o Cerrado de hoje vire a Mata Atlântica ? comparou o ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc.

A Mata Atlântica percorria o litoral brasileiro de ponta a ponta e se estendia do Rio Grande do Norte ao Rio Grande do Sul, ocupando 1,3 milhão de quilômetros quadrados. Atualmente restam apenas 20% de sua extensão original .

O governo listou os 60 municípios que, juntos, foram responsáveis por um terço do desmatamento no bioma entre 2002 e 2008 e que serão alvos prioritários das ações de fiscalização e controle.

De acordo com o levantamento, o desmate recente no Cerrado está concentrado no oeste da Bahia ? na divisa com Goiás e Tocantins ? e no norte de Mato Grosso. As áreas coincidem com as regiões produtoras de grãos e de carvão.

A devastação do Cerrado também ameaça a oferta de recursos hídricos do país. Considerado “a caixa dá água do Brasil”, o bioma concentra as nascentes das bacias hidrográficas do São Francisco Araguaia-Tocantins e do Paraná-Paraguai.

? Se você desmatar mais essas bacias, vamos ter menos água, menos energia renovável, menos hidrelétricas. Não estamos preocupados apenas com os bichinhos, com a biodiversidade, estamos preocupados com o desenvolvimento do Brasil ? disse Minc.

Além das ações de repressão, o Plano de Ação para Prevenção e Controle do Desmatamento do Cerrado (PPCerrado) prevê medidas de ordenamento territorial, criação de unidades de conservação e implementação de planos de bacias. A previsão orçamentária para o plano até 2011 é de R$ 400 milhões.

Segundo Minc, a resistência de ruralistas para reduzir o desmatamento no Cerrado vai ser maior que a enfrentada pela área ambiental na Amazônia.

?A briga vai ser maior: a gritaria vai ser maior, porque no Cerrado as atividades econômicas estão muito mais consolidadas. A guerra vai ser muito mais difícil do que a outra, que já não é mole ? aposta.

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